O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou na manhã de hoje, dia 25/11, a 4ª (quarta) fase da Operação Successione, que teve como objetivo o cumprimento de 20 mandados de prisão preventiva e de 27 mandados de busca e apreensão nos Municípios de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã, além de alvos nos Estados do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
As fases anteriores da Operação Successione revelaram a atuação de uma organização criminosa armada, violenta, que se dedicava à exploração de jogos ilegais, corrupção e demais delitos correlatos, responsável por roubos com emprego de arma de fogo, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande, em razão do vácuo deixado após a operação Omertá.
Com a continuidade das investigações foi possível identificar mais 20 integrantes dessa organização criminosa, inclusive outros líderes, que atuavam para estabelecer seu domínio no jogo ilegal em Mato Grosso do Sul, onde já atuam em diversos municípios.
Os trabalhos executados na data de hoje contaram com apoio operacional dos GAECOs dos Ministérios Públicos de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, além das seguintes unidades da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul: Batalhão de Choque, Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Corregedoria e Força Tática.
O termo italiano “Successione” – que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá.
Em Dourados, a residência do ex-deputado estadual Roberto Razuk foi um dos locais onde policiais militares do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Batalhão de Choque cumpriram as determinações judiciais. Ele acabou preso.
Segundo apurado, os filhos do ex-parlamentar, Jorge e Rafael Razuk, também foram levados pelos policiais em cumprimento dos mandados de prisão.
No Jardim Água Boa, um imóvel recebeu as equipes do Gaeco e do Choque nesta manhã.
Também foram cumpridos mandados na casa de Sérgio Donizete Balthazar, que é proprietário da empresa Criativa Technology, e amigo próximo dos Razuk. E, na capital do Estado, a casa do chefe de gabinete do deputado Neno, conhecido como Marquinhos, foi um dos endereços visitados pelo Gaeco.
A empresa Criativa Technology foi a que, recentemente, entrou com ação na Justiça para derrubar a licitação de R$ 54 milhões que havia sido aberta pelo Governo do Estado para a Lotesul, a loteria oficial de Mato Grosso do Sul, alvo de queda-de-braço entre grupos que controlam o setor de apostas.
Além da casa do chefe de gabinete do parlamentar, o Gaeco também esteve no escritório de Rhiad Abdulahad, que possui ramificações com grupos influentes na fronteira. Esse é mais um capítulo da operação Sucessione, que já levou a denúncia contra o deputado Neno por exploração do jogo do bicho e organização criminosa até à Assembleia Legislativa.



