Em janeiro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um plano ambicioso para encomendar cerca de 40 quebra-gelos para a Guarda Costeira americana. A iniciativa visa reforçar drasticamente a presença dos EUA no Ártico e na Antártida, regiões de crescente importância geopolítica.
Trump destacou o atraso dos EUA em relação a rivais, comparando a frota americana atual, que tem apenas dois quebra-gelos polares operacionais, com a frota russa, que conta com mais de 40 embarcações, incluindo modelos de propulsão nuclear. A medida busca contrabalançar a crescente influência da Rússia e China nas regiões polares, onde o derretimento do gelo abre novas rotas de navegação e acesso a recursos naturais.
Investimento e Estratégia de Defesa
O plano de expansão está garantido por um investimento de US$ 8,6 bilhões, aprovado na lei de gastos e tributos do presidente. A alocação inclui:
- US$ 4,3 bilhões para até três novos Polar Security Cutters (quebra-gelos pesados).
- US$ 3,5 bilhões para quebra-gelos médios da classe Arctic Security Cutter.
- US$ 816 milhões para embarcações leves e médias adicionais.
A proposta reflete uma visão estratégica para fortalecer a soberania americana no Ártico, que o Pentágono considera uma região crítica. A Rússia controla 53% da costa ártica, e a China tem expandido sua presença, o que intensifica a rivalidade. Os novos quebra-gelos são essenciais para modernizar a frota envelhecida, permitindo patrulhamento, resgate e apoio à navegação comercial.
Benefícios Econômicos e Desafios
O plano também aborda preocupações econômicas e de segurança. O derretimento do gelo ártico aumentou o tráfego marítimo, como no Estreito de Bering, e a competição por recursos como petróleo e gás. Trump destacou que os novos navios garantirão acesso a essas rotas e apoiarão a indústria naval americana, com a construção esperada em estaleiros como Bollinger Shipyards e por meio de parcerias como a United Shipbuilding Alliance.
Embora a meta de 40 embarcações tenha sido considerada ambiciosa por especialistas, a Guarda Costeira estima a necessidade de oito ou nove embarcações polares de grande porte. O vice-almirante Thomas Allan expressou entusiasmo, indicando que a inclusão de embarcações menores pode justificar o número. Desafios como sobrecustos de US$ 1 bilhão no programa Polar Security Cutter e tensões com parceiros, como o Canadá, devem ser superados.
A iniciativa reforça a liderança dos EUA, garantindo que o país promova sua segurança econômica e assegure sua presença em águas polares em um momento crítico de competição geopolítica.



