O governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, ordenou a prisão de pelo menos oito economistas, analistas e cidadãos em junho de 2025, em uma ofensiva para silenciar vozes que expõem a grave deterioração econômica do país. A medida, que incluiu a detenção do ex-ministro das Finanças Rodrigo Cabezas, de 68 anos, na cidade de Maracaibo, visa coibir a publicação de dados independentes sobre inflação, desvalorização cambial e colapso econômico. A repressão tem gerado críticas de organizações de direitos humanos, que apontam a tentativa de ocultar a realidade de uma crise que já levou mais de 7,8 milhões de venezuelanos a deixar o país em busca de melhores condições de vida. Entre os detidos, estão profissionais ligados ao Observatório Venezuelano de Finanças, que divulgou uma taxa de inflação anual de 229% em maio de 2025. O Banco Central da Venezuela, controlado por aliados de Maduro, parou de publicar dados oficiais de inflação em outubro de 2024, quando os preços começaram a disparar novamente. Segundo o economista José Guerra, exilado e diretor do observatório, o governo tenta “eliminar o mercado paralelo sem fornecer dólares suficientes, o que é impossível”. Ele destacou que a impressão desenfreada de dinheiro, com um aumento de 250% na liquidez monetária até maio, alimenta a hiperinflação, agravando a crise. As detenções, segundo fontes anônimas próximas aos casos, ocorreram sem mandados judiciais, e alguns presos permanecem sob custódia do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), sem acesso a advogados ou contato com familiares. A repressão também atingiu plataformas digitais como o Monitor Dólar, que publicava cotações não oficiais do dólar, essenciais para empresas e cidadãos em um país marcado pela instabilidade cambial. Em abril de 2025, Maduro declarou um “estado de emergência econômica”, concedendo a si mesmo poderes para suspender impostos, centralizar a arrecadação e forçar a compra de bens nacionais. A medida foi justificada como uma resposta às sanções dos Estados Unidos, que incluem tarifas de 25% sobre países que compram petróleo venezuelano e a suspensão da licença da Chevron para operar no país. O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, Diosdado Cabello, defendeu as prisões, classificando os economistas como “inimigos do povo” e acusando-os de “sabotagem econômica” em seu programa de TV semanal. A crise econômica venezuelana, uma das piores da história moderna fora de contextos de guerra, é marcada por uma contração de mais de 60% do PIB desde 2013, segundo o Fundo Monetário Internacional. A hiperinflação, que atingiu 9.500% em 2019, continua a devastar o poder de compra, com o dólar no mercado paralelo alcançando 100 bolívares em março de 2025, contra 70 na taxa oficial. A dependência do petróleo, que representa a maior parte da receita do governo, foi agravada por má administração, corrupção na estatal PDVSA e sanções internacionais, que limitam o acesso a mercados globais. Apesar de uma breve recuperação econômica entre 2021 e 2023, com a dolarização parcial e maior abertura a investimentos, a retomada não chegou às comunidades mais pobres, e a infraestrutura do país, como o sistema elétrico, segue em colapso. Organizações como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional denunciam que as prisões fazem parte de uma estratégia mais ampla de repressão, que inclui detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados e violência contra opositores. Desde 2014, mais de 15.800 pessoas foram presas por motivos políticos, com cerca de 270 ainda detidas em outubro de 2024. A ONU relatou que as condições em prisões venezuelanas são desumanas, com falta de água, alimentos e cuidados médicos. A retórica do governo, que atribui a crise às sanções ocidentais, ignora o impacto de políticas como controles de preços, nacionalizações e impressão de dinheiro sem lastro, implementadas desde o governo de Hugo Chávez. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, intensificou sanções após as eleições de julho de 2024, consideradas fraudulentas por observadores independentes. A oposição, liderada por figuras como Edmundo González, alega que venceu o pleito, mas a falta de transparência nos resultados e a repressão a protestos, que deixaram 24 mortos, dificultaram contestações. Enquanto Maduro mantém o apoio de aliados como China e Rússia, a perseguição a quem expõe a crise econômica reforça a imagem de um regime que prioriza o controle político sobre a recuperação do país.
Trump Mantém Sanções ao Irã Após Declarações de Khamenei Sobre Conflito com Israel
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 27 de junho de 2025 que suspendeu planos de aliviar sanções econômicas contra o Irã, decisão motivada por declarações do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei. Em um discurso televisionado, Khamenei afirmou que o Irã venceu a recente guerra de 12 dias contra Israel e que havia dado um “tapa na cara” dos Estados Unidos com um ataque a uma base militar americana no Catar. As falas, interpretadas como desafiadoras, levaram Trump a interromper negociações que poderiam facilitar a recuperação econômica iraniana, mantendo a política de pressão máxima sobre o país. No dia 26 de junho, Khamenei, falando de um local não revelado, celebrou o que classificou como uma vitória iraniana no conflito com Israel, iniciado em 13 de junho. Ele minimizou os danos causados pelos ataques aéreos dos EUA e de Israel a três sítios nucleares iranianos — Fordow, Natanz e Isfahan —, afirmando que os bombardeios “não alcançaram seus objetivos”. O líder iraniano também ameaçou novos ataques a bases americanas na região caso houvesse novas agressões. Em resposta, Trump usou sua plataforma Truth Social para criticar Khamenei, chamando suas declarações de “falsas e tolas” e afirmando que as instalações nucleares do Irã foram “obliteradas”. Ele também destacou que os EUA mantêm “controle total dos céus iranianos” e que poderia autorizar novos bombardeios se o Irã retomasse o enriquecimento de urânio a níveis preocupantes. Fontes próximas à Casa Branca revelaram que Trump considerava oferecer incentivos, como alívio limitado de sanções, para iniciar negociações com o Irã sobre seu programa nuclear. A proposta incluía permitir que a China comprasse petróleo iraniano, ajudando na reconstrução do país após o conflito. No entanto, as declarações de Khamenei, que rejeitaram qualquer rendição e exaltaram a resistência iraniana, levaram Trump a abandonar essas iniciativas. Em uma coletiva de imprensa, ele afirmou que o Irã está “exausto” e focado em “sobreviver ao caos”, descartando preocupações sobre possíveis sítios nucleares secretos. “Eles não estão pensando em armas nucleares agora, estão pensando em como viver amanhã”, declarou. A decisão de manter as sanções reflete a estratégia de “pressão máxima” adotada por Trump desde seu primeiro mandato, quando retirou os EUA do acordo nuclear de 2015 (JCPOA) e reimpôs duras restrições econômicas ao Irã. Essas medidas, segundo o Congresso americano, estão entre as mais abrangentes aplicadas a qualquer país, bloqueando ativos do governo iraniano nos EUA e restringindo quase todo o comércio bilateral. A economia iraniana, já abalada por décadas de sanções e má administração, enfrenta agora os impactos da guerra recente, com infraestrutura militar e econômica severamente danificada. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, respondeu às críticas de Trump, pedindo que o presidente americano abandonasse o tom “desrespeitoso” em relação a Khamenei, que, segundo ele, tem “milhões de seguidores devotos”. Araghchi afirmou que um diálogo construtivo exige respeito mútuo, mas reafirmou a posição iraniana de não negociar sob pressão. O Irã também aprovou uma lei suspendendo a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), dificultando inspeções em seus sítios nucleares, o que foi condenado por países como França e Alemanha. A tensão entre os dois líderes ocorre em um momento delicado para o Irã, que enfrenta protestos internos e pressões econômicas crescentes. Apesar das ameaças de Khamenei, analistas apontam que a capacidade militar iraniana foi significativamente reduzida pelos ataques recentes, limitando sua habilidade de resposta. Trump, por sua vez, mantém a retórica combativa, mas sinalizou interesse em negociações, desde que o Irã abandone completamente o enriquecimento de urânio. A possibilidade de um novo acordo nuclear permanece incerta, com a postura de confronto mútuo dificultando avanços diplomáticos.
Venezuela: Jovem Recebe Pena de 10 Anos por Crítica a Programa Social nas Redes
Em 23 de junho de 2025, a Justiça venezuelana condenou Merlys Oropeza, uma jovem de 25 anos, a dez anos de prisão por uma publicação no Facebook considerada ofensiva ao governo de Nicolás Maduro. A frase que motivou a sentença, “Que ruim que uma pessoa dependa de uma bolsa”, fazia referência ao programa estatal CLAP, que distribui alimentos subsidiados em comunidades carentes. A decisão, proferida no estado de Monagas, no nordeste do país, reacende preocupações sobre a liberdade de expressão na Venezuela, onde o regime tem intensificado a repressão a vozes críticas. Merlys Oropeza foi detida em 9 de agosto de 2024, poucos dias após as eleições presidenciais de julho, marcadas por denúncias de irregularidades e protestos que resultaram em 28 mortes, cerca de 200 feridos e mais de 2.400 prisões, segundo organizações de direitos humanos. A jovem, que dirigiu sua crítica a uma líder comunitária chavista responsável pela entrega de alimentos, foi enquadrada na Lei Contra o Ódio, aprovada em 2017. Essa legislação, que prevê penas de até 20 anos por “incitação ao ódio”, é frequentemente criticada por organizações internacionais como um instrumento para silenciar opositores do governo. A sentença não foi oficialmente comunicada pelas autoridades judiciais, mas detalhes do caso foram divulgados por uma fonte próxima à jovem à agência AFP. A família de Merlys optou por não se pronunciar publicamente. Uma carta escrita à mão pela jovem, que circulou nas redes sociais, revelou seu desespero: “Estou quebrada, mamãe. Estou vazia, papai. Não tenho mais forças para continuar vivendo.” O texto expressa o impacto emocional da prisão e reflete o clima de intimidação enfrentado por dissidentes no país. O caso ocorre em um contexto de crescente tensão política. Após a reeleição de Maduro, contestada pela oposição e parte da comunidade internacional, a Venezuela registrou uma onda de detenções. A organização não governamental Provea relatou que, entre julho e agosto de 2024, pelo menos 2.400 pessoas foram presas, incluindo 293 mulheres, muitas em condições desumanas, sem acesso regular a água, cuidados médicos ou itens básicos de higiene. A ONU também denunciou violações de direitos humanos nas prisões venezuelanas, apontando que o sistema parece desenhado para isolar e esquecer os detidos. A condenação de Merlys Oropeza gerou críticas de entidades de direitos humanos, que veem na sentença uma tentativa de desestimular manifestações contra o governo. A frase publicada pela jovem, embora crítica, não continha ameaças diretas ou incitação à violência, levantando questionamentos sobre a proporcionalidade da pena. O programa CLAP, alvo do comentário, é um pilar das políticas assistencialistas do chavismo, mas enfrenta acusações de ser usado para controle social, com distribuição de alimentos condicionada à lealdade política. A decisão judicial reforça um padrão de repressão que preocupa a comunidade internacional. Casos semelhantes, envolvendo prisões por postagens em redes sociais, têm se multiplicado, e a Lei Contra o Ódio é apontada como uma ferramenta para criminalizar a dissidência. Enquanto o governo Maduro defende a legislação como necessária para manter a ordem, críticos argumentam que ela fere princípios fundamentais de liberdade de expressão, um direito essencial para a democracia.
Polícia Alemã Realiza Operações em 170 Residências por Publicações Online Consideradas Ofensivas
A Polícia Federal Criminal da Alemanha (BKA) realizou, desde 25 de junho de 2025, operações em ao menos 170 residências em todo o país, com o objetivo de investigar cidadãos acusados de publicar conteúdos considerados “discurso de ódio” ou insultos a políticos nas redes sociais. As ações, que incluíram buscas e apreensões de dispositivos eletrônicos, geraram críticas de setores que veem as medidas como uma forma de repressão à liberdade de expressão, levantando debates sobre os limites do controle estatal sobre a internet e o direito à opinião. As operações, coordenadas pelo Ministério do Interior, baseiam-se na Lei de Aplicação da Rede (NetzDG), aprovada em 2017 e atualizada em 2021, que obriga plataformas digitais a remover conteúdos considerados ilegais, como ofensas graves ou incitação à violência, em até 24 horas após denúncias. Segundo a BKA, as ações visaram indivíduos que teriam postado comentários ou memes ofensivos, incluindo críticas a figuras públicas, como o ministro da Economia, Robert Habeck. Um caso amplamente noticiado envolveu um homem, pai de uma filha com síndrome de Down, que teve sua casa revistada às 6h da manhã por compartilhar um meme sobre Habeck, conforme reportagens da Deutsche Welle e da revista Der Spiegel. A Alemanha é um dos países europeus com legislações mais rigorosas contra o “discurso de ódio” online, refletindo uma postura de combate à desinformação e à polarização. Dados do governo alemão indicam que, em 2024, cerca de 3.500 casos de “crimes online” foram investigados, com um aumento de 20% em relação a 2023. No entanto, críticos apontam que a definição de “discurso de ódio” é ampla e subjetiva, permitindo interpretações que podem silenciar vozes dissidentes. Organizações como a Anistia Internacional expressaram preocupação com a possibilidade de tais leis serem usadas para criminalizar críticas legítimas, especialmente em um contexto de crescente insatisfação com políticas governamentais, como as relacionadas à imigração e à economia. A percepção de que as operações representam uma forma de opressão é compartilhada por setores da sociedade alemã, especialmente entre grupos conservadores e libertários. Pesquisas recentes, como um levantamento do instituto Forsa, indicam que 62% dos alemães sentem que a liberdade de expressão está sob ameaça, com muitos citando o medo de represálias por opiniões políticas. Casos como o de uma mulher em Berlim, que teve seu laptop confiscado por comentários críticos a um político local no X, reforçam a narrativa de que as ações policiais podem estar desproporcionalmente direcionadas a cidadãos comuns, enquanto crimes mais graves, como violência física, recebem menos atenção. O governo alemão defende as operações como necessárias para proteger a democracia contra o extremismo e a desinformação, apontando para incidentes como os ataques verbais a políticos durante a campanha eleitoral de 2024. No entanto, a intensidade das batidas policiais, frequentemente realizadas ao amanhecer e com equipes armadas, tem sido comparada por críticos a táticas de intimidação. A imprensa internacional, incluindo a BBC, destacou que a Alemanha enfrenta o desafio de equilibrar a segurança pública com a preservação de direitos fundamentais, em um momento em que a confiança nas instituições democráticas está abalada.
Trump Avalia Regularização de Imigrantes Ilegais de Longa Data nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que está considerando a possibilidade de regularizar a situação de imigrantes em situação irregular que vivem e trabalham no país há décadas. Em declarações recentes, ele destacou o valor de trabalhadores que contribuem para a economia americana, especialmente em setores como agricultura e hospitalidade. “Eles trabalham para os fazendeiros há 20, 25 anos. Não são cidadãos, mas são ótimos. Precisamos fazer algo por eles”, afirmou Trump, sugerindo uma abordagem mais flexível para certos grupos de imigrantes sem documentação, desde que atendam a critérios específicos, como longo tempo de residência e contribuição econômica. A sinalização de Trump ocorre em meio a uma política migratória que prioriza a deportação de imigrantes com antecedentes criminais, com o objetivo inicial de remover cerca de um milhão de pessoas, segundo estimativas do Departamento de Segurança Interna (DHS). Dados do Pew Research Center indicam que, em 2022, aproximadamente 11 milhões de imigrantes sem documentos viviam nos EUA, muitos deles integrados à força de trabalho em setores essenciais, como agricultura, construção e serviços. A possibilidade de regularização para trabalhadores de longa data reflete uma tentativa de equilibrar a segurança nas fronteiras com a realidade econômica, já que a deportação em massa de todos os imigrantes irregulares poderia causar impactos significativos, como escassez de mão de obra e aumento de preços em setores dependentes desses trabalhadores. A proposta de regularização ainda não foi detalhada, mas fontes próximas ao governo sugerem que poderia envolver um processo seletivo, exigindo comprovação de residência prolongada, ausência de antecedentes criminais e vínculo com empregadores que atestem sua contribuição. A medida, se implementada, representaria uma mudança em relação à retórica mais dura adotada durante a campanha de Trump, que prometeu a maior operação de deportação da história americana. Especialistas apontam que a agricultura, por exemplo, depende fortemente de trabalhadores imigrantes, com cerca de 50% da mão de obra agrícola nos EUA sendo composta por pessoas sem documentação, conforme relatório do Departamento de Agricultura dos EUA.A ideia de regularização enfrenta resistência de setores mais conservadores, que defendem a aplicação rigorosa das leis migratórias, mas também recebe apoio de empresários e agricultores que valorizam a mão de obra imigrante. Trump enfatizou que qualquer iniciativa nesse sentido seria estruturada para proteger os interesses dos trabalhadores americanos, mantendo a prioridade de fortalecer a segurança nacional e combater a entrada irregular na fronteira. A menção a trabalhadores “ótimos” sugere uma abordagem pragmática, reconhecendo o papel desses imigrantes na sustentação de indústrias-chave. O debate sobre a imigração nos EUA permanece polarizado. Enquanto o governo Trump intensifica ações como a deportação acelerada e o reforço da segurança na fronteira com o México, a possibilidade de regularização para trabalhadores de longa data indica uma abertura para soluções que conciliem ordem e estabilidade econômica. A Casa Branca ainda não divulgou um cronograma ou detalhes concretos sobre como essa política seria implementada, mas o anúncio já gera discussões entre comunidades imigrantes, empregadores e legisladores.
Irã Revela Nova Usina Nuclear Subterrânea para Enriquecimento de Urânio
O Irã anunciou, por meio de sua mídia estatal IRNA, a existência de uma usina nuclear subterrânea até então não revelada, com planos de ativá-la para o enriquecimento de urânio. A revelação ocorre em um momento de alta tensão geopolítica, com o país sob escrutínio internacional devido às suas atividades nucleares. A nova instalação, cuja localização exata não foi especificada, reforça as preocupações de potências ocidentais sobre as intenções do programa nuclear iraniano, embora Teerã insista que suas atividades têm fins pacíficos, voltados para energia e pesquisa médica. A decisão de divulgar a usina parece ser uma resposta estratégica às recentes pressões internacionais, incluindo sanções econômicas e ataques a instalações nucleares iranianas, como Natanz e Fordow, reportados em junho de 2025. A IRNA informou que a nova usina foi projetada com tecnologia avançada, incluindo centrífugas de última geração, e está localizada em um ambiente fortificado para resistir a possíveis ataques aéreos. O anúncio não detalhou a capacidade de enriquecimento, mas especialistas sugerem que a instalação pode ser capaz de produzir urânio enriquecido em níveis elevados, próximos aos 60% já alcançados em Fordow, segundo relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).O programa nuclear iraniano tem sido alvo de controvérsias há décadas. Desde a revelação da usina de Fordow em 2009, após denúncias de agências de inteligência ocidentais, o Irã enfrenta acusações de buscar capacidade para armas nucleares, algo que o governo nega veementemente. A AIEA, em relatórios recentes, destacou que o Irã acumulou cerca de 400 kg de urânio enriquecido a 60%, um nível que, segundo especialistas, pode ser convertido para uso militar em poucas semanas, embora a transformação em uma arma funcional exija etapas adicionais complexas. A nova usina, ainda sem nome oficial, foi descrita como uma medida de contingência para proteger o programa nuclear iraniano contra ameaças externas. Autoridades iranianas afirmaram que a instalação será operada sob supervisão da AIEA, mas não esclareceram se permitirão inspeções imediatas. A falta de transparência alimenta desconfianças, especialmente após o Irã limitar o acesso de inspetores internacionais desde a saída dos Estados Unidos do Acordo Nuclear de 2015, em 2018. A comunidade internacional reagiu com cautela. Representantes de potências ocidentais expressaram preocupação com a possibilidade de a usina ser usada para fins militares, enquanto países como Rússia e China pediram moderação e diálogo. A localização subterrânea da instalação, provavelmente em uma área montanhosa semelhante a Fordow, sugere um esforço para dificultar ataques, como os realizados recentemente por Israel e Estados Unidos, que danificaram infraestruturas nucleares iranianas. O anúncio da nova usina ocorre em um contexto de tensões crescentes no Oriente Médio, com o Irã prometendo retaliações após ataques às suas instalações. A revelação pode ser interpretada como uma demonstração de resiliência e determinação em manter seu programa nuclear, apesar das pressões externas. Para observadores, a ativação da usina pode intensificar o confronto diplomático e militar, especialmente com Israel, que considera o programa nuclear iraniano uma ameaça existencial.
Trump Libera China para Comprar Petróleo do Irã e Busca Impulsionar Exportações Americanas
Em 24 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a China está autorizada a continuar comprando petróleo do Irã, uma decisão que surpreendeu analistas e autoridades globais. A declaração, feita por meio de sua plataforma Truth Social, veio horas após a confirmação de um cessar-fogo entre Irã e Israel, mediado pelos EUA após semanas de tensões no Oriente Médio. Trump destacou sua esperança de que a China também aumente suas compras de petróleo americano, afirmando: “A China agora pode continuar a comprar petróleo do Irã. Espero que eles também estejam comprando muito dos EUA. Foi uma grande honra fazer isso acontecer!” A decisão marca uma mudança em relação à política de “pressão máxima” adotada por Trump no início de 2025, que visava reduzir as exportações de petróleo iranianas a zero para conter o programa nuclear de Teerã. Em maio, Trump havia ameaçado sanções secundárias a qualquer país ou empresa que comprasse petróleo iraniano, com foco especial na China, que importa cerca de 1,6 milhão de barris por dia do Irã, representando quase 90% das exportações de petróleo do país, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA de 2023. A China, que não reconhece as sanções americanas, utiliza uma rede de navios “fantasmas” e intermediários para adquirir o petróleo iraniano com descontos significativos, gerando entre 30 e 40 bilhões de dólares anuais para Teerã. O anúncio de Trump ocorre em um contexto de negociações nucleares com o Irã, que foram adiadas em maio por “razões logísticas”, conforme informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Omã, mediador das conversas. A Casa Branca esclareceu que as sanções contra o Irã não foram formalmente suspensas, mas analistas, como Scott Modell, da Rapidan Energy, interpretam a declaração como um sinal de enforcement mais brando, possivelmente para evitar uma escalada de tensões com a China em meio à guerra comercial. “A ameaça de sanções perdeu força após as tarifas impostas à China, que reduziram o receio de Pequim com penalidades financeiras”, explicou Modell. A decisão também reflete preocupações com os preços globais do petróleo. Após o ataque iraniano à base americana de Al-Udeid, no Qatar, em 23 de junho, que não resultou em vítimas, Trump exigiu que os preços do petróleo fossem mantidos baixos, alertando que altas poderiam “jogar nas mãos do inimigo”. O cessar-fogo entre Irã e Israel, anunciado no mesmo dia, reduziu temores de interrupções no Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial. Como resultado, os preços do petróleo caíram 6%, com o barril de Brent fechando a 67,14 dólares e o WTI a 64,37 dólares, segundo a CNBC. Críticos da decisão, como o ex-embaixador americano na Arábia Saudita, Robert Jordan, questionaram a lógica de Trump, argumentando que a liberação do petróleo iraniano não garante que a China comprará mais dos EUA, já que apenas 2% das importações chinesas de petróleo vêm dos Estados Unidos, contra 13,6% do Irã. A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo, expressou preocupação com a medida, temendo impactos em sua fatia de mercado. Enquanto isso, o governo chinês, por meio do porta-voz Guo Jiakun, reiterou que tomará medidas de segurança energética baseadas em seus interesses nacionais, rejeitando sanções unilaterais dos EUA. A declaração de Trump parece equilibrar interesses econômicos e diplomáticos, mantendo a estabilidade no mercado de energia enquanto sinaliza uma abertura para negociações com o Irã e a China. Para observadores atentos, a ênfase na exportação de petróleo americano reflete uma visão pragmática, priorizando a economia doméstica e a influência dos EUA no comércio global, sem abrir mão de valores como a soberania e a segurança energética.
Banco Central Eleva Selic para 15% e Acende Alerta para Economia Brasileira
O Banco Central do Brasil anunciou, em 18 de junho de 2025, a elevação da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, alcançando 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006, quando a taxa estava em 15,25%. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), liderado por Gabriel Galípolo, marca a sétima alta consecutiva desde setembro de 2024, totalizando um aumento de 4,5 pontos percentuais. Embora o Copom sinalize uma possível pausa no ciclo de altas, a manutenção de juros elevados por um “período bastante prolongado” levanta preocupações sobre o impacto na economia, especialmente para famílias e empresas que enfrentam crédito mais caro e crescimento econômico ameaçado. A justificativa do Banco Central para o aumento da Selic é o combate à inflação persistente, que permanece acima da meta de 3% estabelecida para 2026. Segundo o Boletim Focus, do próprio BC, a projeção do IPCA para 2026 é de 4,5%, no limite superior da meta, enquanto a inflação acumulada em 2024 já ultrapassa 5,25%. O Copom destacou a resiliência da economia, com mercado de trabalho aquecido e pressões inflacionárias em serviços, como fatores que dificultam a convergência da inflação para a meta. A ata da reunião, publicada em 24 de junho, reforçou um tom cauteloso, indicando que a taxa de 15% será mantida por tempo prolongado para avaliar os impactos do aperto monetário, sem descartar novos ajustes caso o cenário piore. A alta da Selic tem consequências diretas para os brasileiros. O custo do crédito, como financiamentos e empréstimos, fica mais elevado, desencorajando consumo e investimentos. A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) criticou a decisão, chamando-a de “inaceitável” para o setor produtivo, que enfrenta dificuldades de acesso a capital em um contexto de desigualdades regionais. “O setor produtivo não pode continuar sendo o fiador do ajuste econômico”, afirmou a Fiec, destacando que o Brasil agora tem o segundo maior juro real do mundo, atrás apenas da Turquia, segundo o O Globo. Para as famílias, o impacto será sentido com força no segundo semestre, com aumento nas prestações de dívidas e redução do poder de compra, conforme alertou o economista-chefe do Banco Inter. No mercado financeiro, a reação foi mista. O Ibovespa caiu, pressionado por ações de empresas sensíveis aos juros, como Magazine Luiza (-5,35%) e bancos, enquanto a curva de juros mostrou ajustes, com analistas prevendo a Selic estacionada em 15% até o fim de 2025, segundo a Broadcast. A valorização do real frente ao dólar, observada recentemente, pode ser um efeito colateral positivo, mas insuficiente para contrabalançar os desafios domésticos. O ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, defendeu a alta como necessária para recuperar credibilidade e conter expectativas inflacionárias desancoradas, mas analistas alertam que a política monetária contracionista pode frear a economia, que já mostra sinais de desaceleração. Enquanto a renda fixa, como CDBs e Tesouro Selic, ganha atratividade com retornos próximos a 15% ao ano, a poupança continua rendendo menos que a inflação, com retorno real de apenas 2,14%, segundo a Istoé Dinheiro. Investidores são incentivados a buscar alternativas como LCIs e LCAs, isentas de Imposto de Renda, mas com menor liquidez. No entanto, a alta da Selic penaliza setores dependentes de crédito, como indústria e varejo, e pode agravar o desemprego, que, embora baixo, enfrenta pressões em um mercado de trabalho menos dinâmico. A decisão do Copom, embora vise estabilizar a inflação, impõe um custo elevado à economia. A combinação de juros altos, inflação persistente e incertezas globais, como a escalada do conflito no Oriente Médio, cria um cenário preocupante. A promessa de uma pausa nas altas traz alívio parcial, mas a manutenção prolongada da Selic em 15% sinaliza tempos difíceis para consumidores e empresas, que enfrentam um ambiente de crédito restritivo e crescimento econômico ameaçado.
Reza Pahlavi Clama por Revolta Popular Contra o Regime Islâmico do Irã
Reza Pahlavi, filho do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, intensificou sua campanha contra a República Islâmica, convocando os iranianos a saírem às ruas para derrubar o regime teocrático que governa o país desde a Revolução de 1979. Exilado nos Estados Unidos há mais de quatro décadas, Pahlavi acusou o governo liderado pelo aiatolá Ali Khamenei de arrastar o Irã para uma guerra devastadora e de ser composto por líderes “criminosos e incompetentes”. Em um pronunciamento em Paris, em 23 de junho de 2025, ele declarou que o regime está à beira do colapso, enfraquecido por ataques militares israelenses e americanos, além do crescente descontentamento interno, marcado por greves e protestos. Sua chamada por um “levante nacional” visa encerrar o que ele descreve como “46 anos de guerra contra a nação iraniana”. Pahlavi, que era príncipe herdeiro quando a monarquia foi deposta, afirmou que a República Islâmica perdeu a capacidade de controlar o país, com relatos de que Khamenei está escondido em um bunker em Teerã, enquanto famílias de altos oficiais preparam sua fuga. “Este é o nosso momento de Muro de Berlim”, declarou, comparando a situação atual à queda do comunismo na Europa Oriental. Ele acusou o regime de destruir a economia iraniana, com uma inflação que atingiu 40% em 2024, e de desperdiçar recursos nacionais em programas nucleares e apoio a grupos como o Hezbollah, enquanto a população enfrenta desemprego e escassez. A repressão violenta de protestos, como os de 2022 contra a obrigatoriedade do hijab, que resultaram em mais de 500 mortes, segundo a ONU, reforça a imagem de um governo que prioriza o controle sobre o bem-estar dos cidadãos. O ex-príncipe anunciou a criação de uma plataforma segura para que militares, policiais e funcionários do regime possam desertar e se unir à oposição, prometendo um papel para aqueles que “escolherem a nação” em um futuro Irã democrático. Ele também apresentou um plano de transição em três fases – emergencial, de consolidação e de normalização – que inclui a reconstrução econômica e a estabilização social nos primeiros 100 dias após a queda do regime. Pahlavi enfatizou que não busca restaurar a monarquia, mas liderar uma transição para um governo secular e eleito, garantindo que “todas as vozes, republicanas ou monarquistas, terão espaço para debater”. A fragilidade do regime foi exacerbada pela recente campanha militar de Israel, apoiada pelos EUA, que destruiu instalações nucleares em Natanz, Fordow e Isfahan, matando figuras-chave como o general Mohammad Bagheri. A resposta iraniana, limitada a ataques de mísseis contra Tel Aviv, revelou a incapacidade de Teerã de sustentar um conflito prolongado. A economia, já devastada por sanções que reduziram as exportações de petróleo em 70% desde 2018, enfrenta agora danos adicionais, com cortes de energia e deslocamentos populacionais em cidades como Isfahan. Pahlavi destacou que a unidade do povo iraniano, combinada com a desmoralização das forças de segurança, cria uma oportunidade única para a mudança. Embora sua mensagem tenha ecoado entre a diáspora iraniana, com vídeos de suas falas alcançando milhões de visualizações, Pahlavi enfrenta desafios. A oposição interna permanece fragmentada, e muitos iranianos, especialmente os mais jovens, veem com ceticismo a figura de um ex-príncipe ligado à monarquia, cujo governo foi marcado por repressão e corrupção. A revolução de 1979, que derrubou seu pai após protestos contra a autocracia e a influência ocidental, deixou cicatrizes que dificultam a aceitação de Pahlavi como líder. Ainda assim, sua crítica ao regime ressoa com uma população exausta de décadas de isolamento, crise econômica e repressão. A República Islâmica, sob Khamenei, enfrenta sua maior crise existencial desde sua fundação. A incapacidade de responder eficazmente aos ataques externos, aliada à erosão do apoio interno, expõe um regime que sobrevive mais pela força do que pela legitimidade. Pahlavi, ao convocar um levante, aposta na insatisfação popular para acelerar sua queda, prometendo um Irã livre do jugo teocrático e reintegrado à comunidade internacional.










