O presidente russo Vladimir Putin visitou a região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, pela primeira vez desde o início da incursão ucraniana em agosto de 2024. A visita, realizada em 12 de março de 2025, ocorreu em um momento de intensificação da contraofensiva russa para retomar o controle total do território, que havia sido parcialmente capturado pelas forças ucranianas. Vestido com uniforme militar, Putin apareceu em um centro de comando em Kursk, onde foi recebido pelo chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, que informou que 86% da área ocupada já foi recuperada, com 430 soldados ucranianos capturados.
Putin ordenou a “destruição completa” das forças ucranianas remanescentes na região, exigindo rapidez na libertação total de Kursk. Ele classificou os militares ucranianos capturados como “terroristas”, sugerindo que não serão tratados sob as Convenções de Genebra, especialmente os mercenários estrangeiros. “No menor tempo possível, derrotaremos o inimigo entrincheirado”, declarou, segundo imagens da TV estatal russa. Gerasimov relatou que as tropas russas avançaram significativamente nos últimos dias, libertando 24 localidades e 259 quilômetros quadrados, enquanto as perdas ucranianas ultrapassariam 67 mil militares desde o início da operação.
A visita coincide com negociações para um cessar-fogo de 30 dias, aceito pela Ucrânia em 11 de março após pressão dos EUA, que enviaram o enviado especial Steve Witkoff a Moscou no dia 13 para discutir com Putin. A incursão ucraniana, que inicialmente visava criar uma zona tampão e desviar recursos russos do leste da Ucrânia, perdeu força estratégica, com Kyiv cedendo terreno diante do avanço russo, agora reforçado por cerca de 12 mil tropas norte-coreanas. A retomada de Sudzha, a maior cidade da região, foi anunciada em 13 de março, consolidando a posição de Moscou antes das tratativas de paz.