A Romênia está sendo palco de protestos massivos desde a última quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, com multidões tomando as ruas de Bucareste e outras cidades para exigir justiça após a prisão e questionamento do ultranacionalista Călin Georgescu. Os manifestantes, muitos portando bandeiras nacionais e cartazes com slogans como “Liberdade para Georgescu” e “Democracia Roubada”, denunciam o que consideram uma perseguição política após sua vitória no primeiro turno das eleições presidenciais de novembro de 2024 — resultado que foi anulado em dezembro pelo Tribunal Constitucional da Romênia, gerando indignação generalizada.
Georgescu, apelidado de “O Messias do TikTok” por sua campanha viral nas redes sociais, foi levado para interrogatório pela Direção Geral Anticorrupção (DNA) por suposto financiamento ilegal de sua campanha. Embora não tenha sido formalmente preso, ele foi proibido de deixar o país e de criar novas contas em redes sociais, segundo a Euronews. Os protestos, que reuniram milhares na noite de sábado, 1º de março, em frente ao Parlamento, foram motivados pelo que os apoiadores chamam de “golpe judicial” contra a vontade popular. Georgescu venceu o primeiro turno com 23% dos votos, mas o tribunal anulou a eleição citando “irregularidades” no processo, o que levou a uma nova votação marcada para 4 de maio de 2025.
A ausência de cobertura significativa pela grande mídia ocidental, como notado em posts no X, alimentou alegações de “silêncio cúmplice” entre os protestantes, que veem a situação como uma tentativa de suprimir um líder que desafia a agenda da União Europeia e da OTAN. Georgescu, conhecido por suas posições pró-Rússia e críticas à influência ocidental, ganhou apoio internacional de figuras como o vice-presidente americano JD Vance, o presidente Donald Trump Jr. e o bilionário Elon Musk, que, em 26 de fevereiro, postou no X: “Eles prenderam o homem que venceu as eleições na Romênia. Isso é um absurdo.” Esses endossos elevaram a visibilidade do caso, mas também intensificaram as críticas de adversários que o acusam de ser um “trumpista” e “pró-Putin”.
Enquanto isso, a repressão policial e a ausência de uma solução imediata mantêm a tensão alta. A presidente do Tribunal Constitucional, Marian Enache, defendeu a anulação das eleições, mas enfrentou pedidos de impeachment de parlamentares, enquanto Georgescu afirmou, ao deixar o interrogatório, que “não nos curvaremos sob nenhuma circunstância”. A nova eleição, que pode ser boicotada por seus apoiadores, promete ser um teste para a estabilidade política da Romênia, com o país dividido entre nacionalistas e forças pró-UE.