Em resposta a um ataque violento ocorrido em 1º de junho de 2025, em Boulder, Colorado, o presidente Donald Trump assinou, na quarta-feira, 4 de junho, a Ordem Executiva 14161, impondo uma proibição total de entrada nos Estados Unidos para cidadãos de 12 países: Afeganistão, Birmânia (Mianmar), Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. A medida, que entra em vigor na segunda-feira, 9 de junho, também inclui restrições parciais para cidadãos de sete outros países, como Burundi e Cuba. A decisão, justificada por preocupações com segurança nacional e terrorismo, foi motivada pelo recente ataque perpetrado por Mohamed Sabry Soliman, um imigrante egípcio em situação irregular, que feriu 12 pessoas durante uma manifestação pró-Israel. O episódio reacendeu debates sobre imigração, segurança nas fronteiras e a necessidade de políticas que priorizem a proteção dos cidadãos americanos.
O ataque em Boulder ocorreu durante o evento “Run for Their Lives”, uma marcha pacífica no Pearl Street Mall em apoio aos reféns israelenses mantidos pelo Hamas. Soliman, de 45 anos, lançou coquetéis molotov e usou um lança-chamas improvisado, ferindo gravemente uma sobrevivente do Holocausto, de 88 anos, e outras 11 pessoas, com idades entre 52 e 88 anos. Segundo o FBI, o suspeito, que entrou nos EUA em 2022 com um visto de turista vencido, planejou o ataque por cerca de um ano, motivado por sentimentos antissionistas, gritando frases como “Palestina Livre” durante o ato. A gravidade do incidente, classificado como terrorismo, levou a Casa Branca a destacar a necessidade de medidas preventivas para evitar que “ameaças externas” comprometam a segurança do país.
A nova ordem executiva de Trump cita falhas na cooperação de países como Irã, Líbia e Somália em compartilhar informações de segurança, além de altas taxas de overstays (permanência após o vencimento de vistos) em nações como Chade (49,5%) e Guiné Equatorial (22%). O documento também aponta a falta de autoridades centrais confiáveis para emissão de passaportes em países como Eritreia e Iêmen, além de preocupações com o terrorismo em regiões como Afeganistão, controlado pelo Talibã, e Líbia, marcada por presença histórica de grupos terroristas. A inclusão de Haiti, onde 66.563 cidadãos receberam status de proteção temporária nos últimos anos, reflete preocupações com fluxos migratórios descontrolados, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Defensores da medida, incluindo setores que valorizam a soberania nacional, veem a iniciativa como um passo necessário para proteger a população e evitar tragédias como a de Boulder. A isenção de vistos especiais para afegãos que colaboraram com os EUA durante a guerra e para minorias perseguidas no Irã demonstra um esforço para equilibrar segurança com obrigações humanitárias.
O ataque de Boulder e a subsequente proibição de viagens reforçam a visão de Trump de que políticas de imigração rigorosas são essenciais para prevenir atos de violência e manter a ordem. A memória das vítimas, incluindo membros respeitados da comunidade judaica, continua a mobilizar esforços para fortalecer a segurança em eventos públicos e proteger os valores de liberdade e estabilidade que definem a nação americana.