O procurador-geral da República do Brasil, Paulo Gonet, decidiu arquivar todas as denúncias apresentadas contra Rosângela da Silva, conhecida como Janja, primeira-dama do país, relacionadas aos custos de suas viagens internacionais. A decisão, anunciada na quinta-feira, 14 de março de 2025, concluiu que não há evidências de ilegalidade ou desvio de recursos públicos nos gastos questionados. As reclamações, feitas por parlamentares de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, pediam investigações sobre despesas como a viagem de Janja a Roma, em fevereiro de 2025, que custou pelo menos 260 mil reais, e sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris em 2023, avaliada em 83,6 mil reais.
Gonet argumentou que as representações da oposição não apresentaram elementos concretos que indicassem ilícitos cíveis ou penais, limitando-se a expressar inconformismo com os custos, que foram tornados públicos de forma regular. Ele destacou que a participação de Janja em eventos oficiais, muitas vezes como representante designada pelo presidente, está alinhada com a tradição de primeiras-damas em atuar em atividades protocolares que podem trazer benefícios diplomáticos. Para sustentar sua posição, o procurador citou o exemplo histórico de Darcy Vargas, esposa de Getúlio Vargas, que desempenhou papéis sociais significativos, como a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA).
A decisão gerou reações mistas. Enquanto alguns defendem que os gastos refletem o papel institucional de Janja, outros questionam a ausência de transparência e o impacto financeiro para os cofres públicos, especialmente em um contexto de críticas à gestão de recursos pelo governo. Janja, que tem ajustado seu comportamento público — como a divulgação de compromissos nas redes sociais e a desistência de uma viagem a Nova York nesta semana —, segue no centro de debates sobre o papel e os limites das atividades das primeiras-damas.