Recentemente, foi divulgado que recursos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão sendo utilizados para a construção de mesquitas em Portugal, o que tem gerado debates acalorados entre a população. Um exemplo é a parceria entre a Fundação Islâmica de Palmela (FIP) e a Câmara Municipal de Sintra, que resultou na construção de uma mesquita de 1.200 m², incluindo cozinha social, refeitório e salas de formação. Parte do financiamento, no valor de 200.900 euros, é proveniente do PRR.
Além disso, o projeto prevê a construção de uma escola internacional adjacente, com capacidade para atender crianças desde o jardim de infância até o ensino secundário. Para o equipamento pré-escolar, foram destinados 147.350 euros do PRR.
Em Lisboa, a construção de uma nova mesquita na Mouraria também tem gerado controvérsias. A Câmara Municipal expropriou dois prédios na Rua do Benformoso em 2016 para viabilizar o projeto, o que resultou em processos judiciais devido à contestação dos valores de indemnização por parte dos proprietários. Um dos expropriados, António Barroso, alega que a expropriação “destruiu” sua vida.
A utilização de fundos públicos para a construção de locais de culto específicos levanta questões sobre a laicidade do Estado e a prioridade na alocação de recursos, especialmente em um momento de recuperação econômica. A população portuguesa demonstra preocupação com a transparência e os critérios adotados para tais investimentos.