O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), decretou sigilo de cinco anos sobre telegramas diplomáticos que tratam dos negócios dos empresários Joesley e Wesley Batista na Venezuela. A decisão foi tomada pela embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, e justificada com base na Lei de Acesso à Informação, que permite restrições para proteger negociações ou relações internacionais do país.
A medida gerou críticas de organizações que defendem a transparência pública. Juliana Sakai, diretora-executiva da Transparência Brasil, afirmou que “causa espanto que o Itamaraty opte por ocultar por cinco anos informações referentes aos negócios dos irmãos Batista na Venezuela. Este tipo de postura contraria o princípio da publicidade da administração pública”.
A J&F, holding que controla empresas como a JBS e a Âmbar Energia, tem expandido seus interesses na Venezuela, incluindo reuniões com autoridades do regime de Nicolás Maduro. Em 2023, o grupo adquiriu a petroleira Fluxus, marcando sua entrada no setor de óleo e gás, e passou a buscar oportunidades em campos petrolíferos na Venezuela e no Peru. Além disso, a Âmbar Energia recebeu autorização do Ministério de Minas e Energia para negociar a compra de energia elétrica da Venezuela e, posteriormente, assumiu o controle da distribuidora de energia do Amazonas