Na quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reafirmou sua visão sobre as raízes da identidade europeia em um discurso que ressoou fortemente entre seus apoiadores. “Eu acredito na civilização ocidental, fundada na filosofia grega, no direito romano e nos valores cristãos”, declarou Meloni durante uma sessão no Parlamento italiano, em Roma. A frase, amplamente compartilhada no X e citada por veículos internacionais, reflete sua postura firme em defesa do que considera os pilares fundamentais do Ocidente, em um momento de crescente polarização global.
Líder do partido Irmãos da Itália e no comando do país desde outubro de 2022, Meloni usou o discurso para abordar temas como imigração, soberania nacional e a crise cultural que, segundo ela, ameaça a Europa. “Não podemos permitir que nossa identidade seja diluída por ideologias que rejeitam nossa história”, afirmou, em uma crítica velada a políticas progressistas que ela acusa de enfraquecer os valores tradicionais. A declaração veio após a aprovação de medidas mais rígidas contra a imigração ilegal, incluindo multas a ONGs que resgatam migrantes no Mediterrâneo, uma política que reforça sua agenda de priorizar os interesses italianos.
A visão de Meloni encontra eco em líderes como Viktor Orbán, da Hungria, e é aplaudida por aqueles que veem na filosofia grega a origem do pensamento crítico, no direito romano a base da ordem jurídica e nos valores cristãos a espinha dorsal da ética ocidental. No entanto, suas palavras também provocam reações de críticos, que a acusam de usar o discurso para justificar uma guinada conservadora e exclusionária. “A civilização que ela defende é uma visão romantizada, não uma realidade prática para o século XXI”, rebateu o deputado de oposição Enrico Letta, do Partido Democrático.
O impacto da declaração vai além da Itália. Em um contexto de avanço de movimentos nacionalistas na Europa e de tensões com a União Europeia sobre valores e políticas migratórias, Meloni se posiciona como uma voz influente na defesa de uma identidade ocidental tradicional.