Em um discurso marcante durante a reunião da Associação Nacional de Governadores na última sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025, o presidente Donald Trump lançou um apelo incisivo aos governadores dos Estados Unidos. Ele instou que todos os estados adotem cédulas de papel, votação concentrada em um único dia, identificação obrigatória do eleitor e comprovação de cidadania como medidas essenciais para garantir a segurança e a integridade das eleições. Para os conservadores brasileiros, que acompanham de perto a política americana, a mensagem de Trump ressoa como um grito por transparência em um sistema que, segundo ele, precisa de reformas drásticas.
Durante sua fala na Casa Branca, Trump argumentou que essas mudanças eliminariam o que ele chama de “eleições fraudulentas”. “Se vocês fossem para cédulas de papel, votação no mesmo dia, exigissem identificação e comprovante de cidadania — essas quatro coisas — teríamos eleições honestas e seguras”, declarou. Ele criticou duramente os sistemas atuais de votação por correio e o uso prolongado de dias para votação, citando estados como a Califórnia, onde os resultados demoram semanas para serem finalizados. “Se fosse uma eleição apertada, você teria que esperar semanas e nunca saberia quem ganhou de verdade”, disparou, reforçando a ideia de que rapidez e clareza são fundamentais.
A proposta de Trump não é nova entre seus apoiadores. Há anos, ele defende que cédulas de papel auditáveis, em vez de máquinas eletrônicas, junto com a exigência de documentos que comprovem identidade e cidadania, são a solução para restaurar a confiança nas eleições americanas. Para a direita brasileira, que frequentemente ecoa preocupações semelhantes sobre fraudes eleitorais, o discurso de Trump reforça uma visão de que sistemas eleitorais devem ser simples, diretos e à prova de manipulação. Ele também destacou a economia de “dezenas de milhões de dólares” com um modelo enxuto, apelando tanto ao pragmatismo quanto à segurança nacional.
Embora a maioria dos condados americanos já use cédulas de papel — cerca de 98%, segundo o Brennan Center —, Trump parece mirar na eliminação total de máquinas eletrônicas e na padronização nacional de práticas como o voto em um único dia. Governadores republicanos, que controlam 27 estados, podem ver isso como um chamado à ação, enquanto democratas, como a secretária de Estado de Michigan, Jocelyn Benson, já sinalizaram resistência, defendendo que limitar o voto a um dia restringiria o acesso de eleitores. O debate está apenas começando, mas a pressão de Trump sobre os governadores sinaliza uma ofensiva conservadora para moldar o futuro das eleições nos EUA.