No último domingo, 23 de fevereiro de 2025, o Screen Actors Guild Awards (SAG Awards), uma das premiações mais prestigiadas de Hollywood e termômetro crucial para o Oscar, elegeu Demi Moore como a Melhor Atriz do ano por sua atuação em “A Substância”. A vitória da americana, que já vinha acumulando elogios na temporada de premiações, foi vista por muitos como um golpe definitivo nas chances de Fernanda Torres, indicada ao Oscar por “Ainda Estou Aqui”, de levar a estatueta em 2 de março. Para os conservadores brasileiros, que acompanham a disputa com interesse, o resultado reacende debates sobre mérito, narrativa e o peso de Hollywood nas escolhas.
Moore, de 62 anos, impressionou no filme de terror satírico dirigido por Coralie Fargeat, interpretando uma atriz em crise que recorre a uma droga para recuperar a juventude. Sua performance, marcada por intensidade e ousadia, já lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia ou Musical e o Critics Choice Award, consolidando-a como favorita. No SAG, ela superou fortes concorrentes, incluindo Mikey Madison (“Anora”) e Cynthia Erivo (“Wicked”), mas Fernanda Torres não estava entre as indicadas — um sinal, segundo analistas, de que sua campanha pode ter perdido fôlego nos círculos da indústria.
Enquanto isso, Torres, de 59 anos, conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama por sua portrayal de Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”, um drama sobre a Ditadura Militar brasileira. O filme, dirigido por Walter Salles, fez história como o primeiro longa brasileiro indicado a Melhor Filme no Oscar, além de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Apesar do apoio crítico internacional e de uma vitória significativa, a ausência de Torres no SAG, combinada com a ascensão de Moore, levanta questões: seria o apelo emocional e político da brasileira ofuscado pelo brilho hollywoodiano da americana?
