Rússia Dá o Primeiro Passo e Alexander Darchiyev Nomeado Embaixador nos EUA

Na sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, a Rússia anunciou um movimento significativo para reaquecer as relações com os Estados Unidos ao nomear Alexander Darchiyev como seu novo embaixador em Washington. A decisão, confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores russo, marca o fim de um hiato de quatro meses desde que o ex-embaixador Anatoly Antonov deixou o posto em outubro de 2024. Darchiyev, um diplomata experiente e atual diretor do Departamento da América do Norte do ministério, recebeu o aval oficial dos EUA durante negociações em Istambul na quinta-feira, sinalizando um passo concreto para normalizar os laços entre as duas potências.

A nomeação de Darchiyev ocorre em um momento de mudanças na dinâmica bilateral. Após anos de tensões agravadas pela guerra na Ucrânia e sanções mútuas, a posse de Donald Trump em janeiro de 2025 abriu espaço para um degelo diplomático. O presidente americano, que já conversou com Vladimir Putin e prioriza o fim do conflito ucraniano, parece disposto a reverter a política de isolamento imposta por seu antecessor. “O lado americano entregou uma nota oficial concedendo o agrément para a nomeação de Darchiyev”, informou o ministério russo, destacando que ele deve partir para Washington em breve. A escolha de um “americanista” com mais de dez anos de experiência em missões nos EUA e no Canadá reflete a intenção de Moscou de enviar um negociador pragmático para a capital americana.

O contexto da nomeação é promissor, mas delicado. As conversas em Istambul, que abordaram disputas sobre o funcionamento de embaixadas e consulados, indicam um esforço mútuo para restaurar canais diplomáticos básicos, incluindo a possível retomada de voos diretos entre os países. Darchiyev, que fala inglês e francês fluentemente e já foi embaixador no Canadá entre 2014 e 2021, assume o cargo com a missão de navegar esse terreno instável. Enquanto Trump busca um acordo rápido para a Ucrânia, a presença de um embaixador russo em Washington pode ser o primeiro tijolo na reconstrução de uma relação que, embora tensa, é crucial para a estabilidade global.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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