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EUA Impõem Proibição de Relacionamentos entre Funcionários na China e Cidadãos Chineses

O governo dos Estados Unidos implementou uma medida rigorosa que proíbe funcionários americanos baseados na China, incluindo diplomatas, familiares e contratados com autorização de segurança, de manterem relacionamentos românticos ou sexuais com cidadãos chineses. A política, que entrou em vigor em janeiro de 2025, foi instituída pelo então embaixador Nicholas Burns pouco antes de deixar o cargo, marcando um retorno a restrições reminiscentes da Guerra Fria. A decisão, revelada em 3 de abril por fontes anônimas à Associated Press, reflete preocupações crescentes com a segurança nacional em meio às tensões entre Washington e Pequim.

A diretiva abrange todas as missões diplomáticas americanas na China continental – como a embaixada em Pequim e os consulados em Guangzhou, Xangai, Shenyang e Wuhan – além do consulado em Hong Kong. Antes dessa proibição total, uma versão mais limitada, introduzida no verão de 2024, já restringia relações com cidadãos chineses que trabalhavam como guardas ou funcionários de apoio nas instalações americanas. Agora, qualquer vínculo íntimo com chineses é vetado, com a única exceção sendo para funcionários que já tinham relações preexistentes e obtêm isenção – caso contrário, devem encerrar o relacionamento ou deixar seus postos, sob pena de expulsão imediata do país.

A justificativa para a medida está ligada a temores de espionagem, especialmente o uso de táticas conhecidas como “honeypots” – esquemas em que indivíduos atraentes são usados para seduzir alvos e extrair informações sensíveis. Peter Mattis, ex-analista da CIA, destacou que o Ministério de Segurança do Estado da China (MSS) não depende apenas de espiões profissionais, mas também pressiona cidadãos comuns para coletar dados, muitas vezes por meio de ameaças. “O MSS está disposto a explorar qualquer conexão humana para obter inteligência”, afirmou Mattis, sugerindo que a política reflete uma resposta a uma postura mais agressiva da inteligência chinesa contra alvos americanos.

O Departamento de Estado, que tradicionalmente exigia apenas a notificação de contatos íntimos com cidadãos chineses, não comentou oficialmente a nova regra, classificando-a como assunto interno. A decisão coincide com um período de atritos crescentes entre os dois países, intensificados por disputas comerciais – como as tarifas recíprocas de Trump, anunciadas em 2 de abril – e rivalidades tecnológicas. A China, por sua vez, mantém restrições semelhantes para seus funcionários no exterior, proibindo relações com estrangeiros, o que evidencia uma desconfiança mútua que molda as relações bilaterais.

A medida, embora não anunciada publicamente, foi comunicada verbalmente e por meios eletrônicos aos funcionários americanos na China, gerando debates sobre seus impactos práticos e éticos. Para muitos, ela simboliza uma barreira adicional em um relacionamento já tenso, priorizando a segurança em detrimento da liberdade pessoal, em um eco de práticas que marcaram os anos de maior rivalidade entre blocos durante o século passado.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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