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Presidente do México Opta por Diálogo e Descarta Retaliação Tarifária contra os EUA

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou em 7 de abril de 2025 que seu governo não planeja impor tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, apesar das recentes tarifas alfandegárias decretadas pelo presidente americano Donald Trump. Em uma coletiva de imprensa matinal na Cidade do México, Sheinbaum destacou a preferência por negociações em vez de confronto econômico. “Não descartamos isso como possibilidade, mas nosso caminho é continuar as conversas para encontrar uma solução que beneficie ambos os lados”, declarou a mandatária, sinalizando uma abordagem pragmática diante da pressão americana.

A decisão vem na esteira da ordem executiva de Trump, assinada em 2 de abril, que impôs tarifas recíprocas a mais de 180 países, com o México enfrentando uma taxa base de 10% – uma das mais baixas da lista, em comparação aos 54% aplicados à China e 25% a Canadá e México fora do acordo USMCA. Anteriormente, em março, Sheinbaum havia negociado com sucesso uma pausa de um mês nas tarifas iniciais de 25%, após conversas com Trump, que elogiou a “relação amistosa” entre os dois. O acordo incluiu o envio de 10 mil agentes da Guarda Nacional mexicana à fronteira norte para conter o tráfico de drogas e a migração irregular, demandas centrais da política de Trump.

Embora o México já sofra com tarifas de 25% sobre exportações não cobertas pelo USMCA, Sheinbaum qualificou a exclusão de taxas adicionais como um resultado positivo. “É bom para o país que prevaleça o diálogo e o respeito mútuo”, afirmou, referindo-se à decisão de Trump de não aplicar tarifas recíprocas mais altas ao México. Ela também anunciou que apresentará um plano econômico abrangente para fortalecer a produção interna, aproveitando o tratado comercial com EUA e Canadá como base para proteger a economia mexicana, que destina mais de 80% de suas exportações ao mercado americano, segundo dados do Banco Mundial.

A postura de Sheinbaum reflete uma estratégia de evitar uma guerra comercial que poderia prejudicar ambos os lados da fronteira. Em vez de retaliar, o governo mexicano aposta na cooperação, mantendo a soberania como linha vermelha. A presidente reiterou que qualquer escalada tarifária seria respondida apenas se necessário, mas o foco atual é preservar a estabilidade econômica e os empregos gerados pela integração com os EUA. A relação com Trump, marcada por tensões iniciais – como suas acusações de infiltração de cartéis no governo mexicano –, parece ter encontrado um equilíbrio temporário, com os dois líderes buscando ganhos mútuos em segurança e comércio.

O recuo de uma retaliação imediata não é visto como fraqueza, mas como um cálculo estratégico em um momento em que o México enfrenta desafios internos, como a violência dos cartéis e a necessidade de atrair investimentos. Enquanto Trump celebra o “Dia da Libertação” como uma vitória protecionista, Sheinbaum posiciona seu país como um parceiro indispensável, cujas contribuições à economia americana – como as exportações da indústria automotiva – não podem ser facilmente substituídas. A resposta mexicana, por ora, é de firmeza comedida, priorizando a mesa de negociação sobre o embate aberto.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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