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Folha Do MS

Bukele Aponta Falhas do Brasil no Combate às Facções Criminosas e Sugere Infiltração no Governo

Nayib Bukele, presidente de El Salvador, conhecido por sua política linha-dura contra o crime, causou polêmica ao usar o Brasil como exemplo de um país que falha em controlar facções criminosas. Em um discurso recente, ele afirmou que a persistência do crime organizado no Brasil se deve à suposta presença de criminosos dentro do próprio governo. A declaração, feita em março de 2025, reflete a visão de Bukele de que o Estado, quando comprometido, perde a capacidade de impor ordem e segurança.

Bukele destacou a diferença entre El Salvador e nações como o Brasil, argumentando que nenhum governo deveria ser incapaz de derrotar organizações criminosas, dado o poder inerente ao Estado. “Nós éramos o país mais inseguro do mundo e agora somos o mais seguro do hemisfério”, disse ele, referindo-se à redução drástica da taxa de homicídios em El Salvador, de 107 por 100 mil habitantes em 2015 para 1,9 em 2024, segundo dados oficiais do governo salvadorenho. Ele atribui esse sucesso ao seu Plano de Controle Territorial, que incluiu prisões em massa e a construção de uma megaprisão, o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot).

No caso brasileiro, Bukele questionou: “Por que os cartéis não controlam regiões da Europa, mas controlam no Brasil? Porque o crime está dentro do governo.” Ele comparou o Brasil a países como Canadá, Índia e China, que possuem territórios vastos e populações grandes, mas não enfrentam o mesmo nível de domínio territorial por facções. Para o presidente salvadorenho, a explicação está na cumplicidade ou inação de autoridades, permitindo que grupos como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) prosperem.

A realidade brasileira mostra um cenário complexo. O país registra cerca de 40 mil homicídios anuais, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com muitas mortes ligadas ao crime organizado. Facções controlam territórios em grandes cidades, como o Rio de Janeiro, onde disputas entre grupos criminosos e milícias resultaram em 1.035 mortes em confrontos policiais em 2023, conforme dados do Instituto Fogo Cruzado. A influência dessas organizações vai além das ruas, com denúncias históricas de corrupção envolvendo agentes públicos, como no caso do escândalo do mensalão e investigações da Operação Lava Jato.

A abordagem de Bukele em El Salvador, embora elogiada por reduzir a violência, é alvo de críticas por violações de direitos humanos. Mais de 85 mil pessoas foram presas desde 2022, muitas sem devido processo, segundo a Human Rights Watch. Organizações locais estimam que até 21 mil inocentes podem estar entre os detidos. No Brasil, uma política semelhante enfrentaria barreiras legais e culturais, dado o sistema constitucional que protege garantias individuais e a resistência de setores da sociedade a medidas autoritárias.

A fala de Bukele não apresenta evidências concretas de infiltração no governo brasileiro atual, mas ecoa um sentimento de desconfiança comum entre críticos das instituições. Ele desafia o Brasil a reconsiderar sua estratégia, sugerindo que a tolerância ao crime organizado reflete mais uma escolha política do que uma limitação de recursos. Enquanto isso, o modelo salvadorenho, com sua ênfase em força e controle, continua a dividir opiniões, sendo visto por alguns como um exemplo a seguir e por outros como um alerta contra o autoritarismo.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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