O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma advertência direta ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após sinais de que a Ucrânia poderia abandonar as negociações de um acordo bilateral de minerais, conforme reportado pela Reuters em 31 de março de 2025. Durante uma coletiva de imprensa em Washington, Trump não mediu palavras: “Se ele fizer isso, terá alguns problemas, grandes, grandes problemas.” A declaração reflete a crescente tensão entre os dois líderes, que vinham discutindo um pacto que daria aos EUA acesso a recursos minerais estratégicos da Ucrânia, como titânio e lítio, em troca de apoio militar e financeiro.
O acordo, inicialmente proposto em fevereiro de 2025, era visto como um pilar da diplomacia transacional de Trump, que buscava garantir suprimentos de minerais críticos para a indústria americana, especialmente em um contexto de competição global com a China. A Ucrânia, que possui vastas reservas de titânio – essencial para a fabricação de aviões e tecnologias avançadas – e depósitos de lítio, usados em baterias de veículos elétricos, rejeitou a proposta inicial por considerá-la desvantajosa. Um novo esboço, enviado por Washington em março, foi igualmente criticado por Kyiv, que alegou que os termos imporiam ônus financeiros insustentáveis ao país, já fragilizado pela guerra contra a Rússia, segundo o The New York Times.
A ameaça de Trump ocorre após um encontro conturbado entre os dois líderes em 1º de março, no qual Zelensky foi acusado por Trump de “jogar pesado demais” nas negociações, conforme relatado pelo The Guardian. O presidente americano, que condicionou o acordo de minerais a um possível cessar-fogo com a Rússia, ficou irritado com a relutância ucraniana em aceitar os termos propostos. “Eu disse a ele que está brincando com a Terceira Guerra Mundial. Ele precisa voltar quando estiver pronto para a paz”, afirmou Trump na ocasião, cancelando uma coletiva de imprensa conjunta e interrompendo as conversas. A advertência mais recente sugere que os EUA podem reconsiderar o apoio militar à Ucrânia, que depende fortemente de armas americanas para conter os avanços russos no leste do país.