Na manhã deste domingo, 30 de março de 2025, uma explosão envolvendo uma limusine atribuída ao presidente russo, Vladimir Putin, agitou as ruas de Moscou. O incidente ocorreu nas proximidades da sede do Serviço Federal de Segurança (FSB), na região da Lubyanka, apenas três dias após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarar em entrevista à emissora francesa France TV que Putin “morrerá em breve”. A coincidência temporal entre a afirmação de Zelensky e o evento reacendeu debates sobre a segurança do líder russo e intensificou as tensões no já conturbado cenário geopolítico entre Rússia e Ucrânia.
O veículo em questão, identificado como um Aurus Senat – um modelo de luxo utilizado pela frota presidencial russa e avaliado em cerca de 275 mil libras –, foi consumido por chamas após uma forte explosão. Imagens divulgadas por testemunhas mostram o carro envolto em fogo, com uma espessa fumaça preta subindo ao céu da capital russa. Até o momento, as autoridades do Kremlin não confirmaram se Putin estava a bordo ou se o veículo fazia parte de seu comboio oficial no instante do incidente. Também não há relatos de vítimas, o que sugere que o carro poderia estar vazio ou que seus ocupantes escaparam ilesos.
A declaração de Zelensky, feita em 27 de março durante uma visita a Paris para discutir os rumos da guerra com líderes europeus, foi carregada de tom assertivo. “Ele [Putin] morrerá em breve, isso é um fato, e tudo chegará ao fim”, afirmou o líder ucraniano, sem apresentar evidências concretas, mas reacendendo especulações sobre a saúde e a vulnerabilidade do presidente russo, de 72 anos. Rumores sobre o estado físico de Putin circulam há anos, incluindo alegações não confirmadas de câncer, Parkinson e outros problemas graves, sempre negados pelo Kremlin. A explosão da limusine, tão próxima de um símbolo do poder russo como o quartel-general do FSB, levanta agora a possibilidade de um ato deliberado, embora nenhuma organização ou governo tenha assumido a responsabilidade até o momento.
Fontes locais relatam que a segurança em torno de Putin foi reforçada nos últimos meses, com medidas como inspeções minuciosas de militares e veículos presidenciais. Um episódio recente em Murmansk, onde agentes do Serviço Federal de Proteção (FSO) revistaram soldados da guarda cerimonial antes de uma aparição do presidente, já indicava um clima de cautela. A explosão em Moscou pode ser vista como mais um sinal de que a proteção ao líder russo enfrenta desafios crescentes, seja por ameaças internas ou externas.
O governo russo emitiu uma nota breve, classificando o incidente como “em investigação” e prometendo esclarecimentos em breve. Enquanto isso, a imprensa internacional e observadores apontam para a guerra em curso como pano de fundo inevitável. A Ucrânia, que enfrenta a Rússia desde a invasão de fevereiro de 2022, tem intensificado sua retórica contra Putin, e Zelensky não hesita em explorar narrativas que possam desestabilizar a imagem de invulnerabilidade do adversário. Por outro lado, Moscou mantém sua postura de desmentir qualquer fragilidade, seja na saúde de seu líder ou na segurança de suas operações.
A ausência de informações oficiais sobre a causa da explosão – se acidental, como um defeito mecânico, ou intencional, como um ataque – mantém o caso envolto em mistério. O timing, contudo, alimenta teorias e aumenta a percepção de que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode estar entrando em uma fase ainda mais imprevisível. Para os russos, o incidente próximo ao FSB, uma instituição historicamente associada ao controle e à força do Estado, pode ser interpretado como um golpe simbólico, mesmo que os danos reais permaneçam incertos.
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