A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, em 27 de março de 2025, a suspensão cautelar da comercialização e do uso do creme dental Colgate Total Clean Mint em todo o território nacional, conforme publicado pela Agência Brasil. A decisão, tomada após relatos de reações adversas em consumidores, foi oficializada no Diário Oficial da União e terá validade inicial de 90 dias, período em que a segurança do produto será investigada. A medida é preventiva e não implica recolhimento imediato, mas proíbe a venda e o consumo até que os riscos sejam esclarecidos.
Entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, a Anvisa registrou oito notificações envolvendo 13 casos de eventos adversos associados ao uso do creme dental, lançado em julho de 2024 como uma reformulação da linha Colgate Total 12. Os sintomas relatados incluem inchaço nas amígdalas, lábios e mucosa oral, sensação de ardência, dormência na boca, boca seca, gengiva irritada e vermelhidão. A suspeita recai sobre a substituição do fluoreto de sódio pelo fluoreto de estanho na nova fórmula, embora a causa exata ainda esteja sob análise. O Procon-SP notificou a Colgate, exigindo esclarecimentos em 24 horas sobre lotes afetados, identificação dos produtos e orientações aos consumidores.
A Colgate-Palmolive reagiu afirmando que o fluoreto de estanho é seguro e amplamente utilizado globalmente, resultado de mais de uma década de pesquisa e testes aprovados por agências regulatórias, incluindo no Brasil. A empresa reconheceu, contudo, que uma pequena parcela da população pode apresentar sensibilidade a ingredientes como o fluoreto de estanho, corantes ou flavorizantes, recomendando a interrupção do uso em caso de reações. A companhia recorreu da decisão da Anvisa e, segundo posts em redes sociais e reportagens como a do Dourados News, obteve na Justiça a liberação das vendas, mantendo o produto no mercado enquanto a investigação prossegue.
O caso gerou debate público, com consumidores relatando experiências adversas em plataformas como o Reclame Aqui, que registrou mais de cem reclamações em um único dia, e em redes sociais, onde usuários descreveram aftas, sangramentos e lesões bucais. A Anvisa segue monitorando a situação, e o desfecho dependerá dos resultados técnicos e da resposta da empresa às demandas regulatórias.
