O governo de Donald Trump deu um passo contundente contra os direitos dos militares transgêneros nos Estados Unidos. Em 26 de fevereiro de 2025, um memorando do Pentágono, arquivado em um tribunal federal, determinou que os militares identifiquem e dispensem membros transgêneros das Forças Armadas americanas em até 60 dias, salvo raras exceções. A medida, assinada pelo Secretário de Defesa Pete Hegseth, estabelece que indivíduos com diagnóstico atual ou histórico de disforia de gênero — ou que exibam sintomas associados — sejam separados do serviço, argumentando que sua presença é “incompatível com os padrões militares”.
A ordem vai além de restrições anteriores do primeiro mandato de Trump, que limitavam apenas o alistamento de novos recrutas transgêneros. Agora, o foco é remover até mesmo aqueles que já servem, com o memorando exigindo que os departamentos militares criem procedimentos para identificar esses indivíduos em até 30 dias. O texto afirma que o serviço dessas pessoas “não é do melhor interesse das Forças Armadas” e compromete a “prontidão, coesão e integridade” exigidas para a segurança nacional. Militares afetados receberão dispensas honrosas, a menos que seus registros indiquem o contrário, garantindo acesso a benefícios de veteranos — um detalhe que não ameniza as críticas ao que muitos chamam de discriminação pura e simples.
A decisão tem raízes em uma ordem executiva de Trump, assinada em 27 de janeiro de 2025, que reverteu políticas da era Biden permitindo o serviço aberto de transgêneros. Cerca de 4.240 militares ativos, da Guarda e da Reserva foram diagnosticados com disforia de gênero, segundo dados recentes, com custos médicos de US$ 52 milhões desde 2014 para tratamentos e cirurgias. Para os defensores da medida, esses números justificam a exclusão, alegando impactos na “eficiência militar”. Críticos, no entanto, apontam que o total representa menos de 0,1% dos 2,1 milhões de membros das Forças Armadas, um preço irrisório frente ao valor de soldados qualificados.
