Os irmãos Andrew e Tristan Tate, figuras controversas conhecidas por suas opiniões contundentes e influência nas redes sociais, deixaram a Romênia rumo aos Estados Unidos em um jato particular na manhã de quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025. A partida, reportada pela mídia romena, marca o fim de mais de dois anos de restrições de viagem impostas enquanto enfrentam acusações graves no país europeu, incluindo tráfico humano, estupro e formação de organização criminosa. A decisão de liberar os irmãos, que possuem dupla cidadania britânica e americana, levanta debates sobre a influência externa na justiça romena e o destino das investigações em curso.
Segundo fontes locais, os Tate decolaram do aeroporto de Băneasa, em Bucareste, com destino a Fort Lauderdale, na Flórida, após a promotoria romena aprovar a suspensão do veto de viagem. A medida ocorre em meio a relatos de que autoridades americanas, ligadas ao governo de Donald Trump, teriam pressionado o governo romeno para facilitar o retorno dos irmãos aos EUA. Embora o Ministério das Relações Exteriores da Romênia negue qualquer pressão oficial, a coincidência temporal com conversas entre o enviado especial de Trump, Richard Grenell, e o chanceler romeno Emil Hurezeanu, durante a Conferência de Segurança de Munique, alimenta especulações. Para muitos, a influência dos EUA reflete uma defesa da liberdade individual frente a processos que os irmãos afirmam ser politicamente motivados.
Apesar da liberação para viajar, os Tate permanecem sob supervisão judicial. A agência romena de combate ao crime organizado, DIICOT, esclareceu que as acusações não foram arquivadas e que os irmãos devem comparecer às autoridades sempre que convocados, sob pena de medidas mais severas. Andrew e Tristan, que negam veementemente todas as alegações, celebraram a mudança como um passo rumo à justiça, com Andrew declarando em solo americano que ele e o irmão são “incompreendidos” e que nunca foram condenados por crime algum. A viagem também coincide com a devolução parcial de bens confiscados, como propriedades e veículos, após uma decisão favorável da corte de apelação em Bucareste.