A chuva acompanhada de ventos fortes que atingiu Dourados desde as primeiras horas desta quarta-feira (5) provocou apreensão, mas não causou transtornos significativos. Segundo o Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, o acumulado de chuva chegou a 65,6 milímetros até 12h20, com rajadas de vento de até 37,8 km/h, consideradas de intensidade forte. Apesar disso, não houve registros de quedas de árvores, destelhamentos ou alagamentos em áreas urbanas do município.
O resultado positivo, conforme avaliação da Defesa Civil de Dourados, está diretamente ligado ao trabalho de supressão de árvores condenadas realizado pela Prefeitura desde setembro. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Johnes Santana, o plano tem evitado acidentes e prejuízos durante os temporais. “O projeto está sendo muito positivo para todos”, enfatizou. “Se ele não estivesse em andamento, certamente estaríamos nas ruas removendo árvores”, continuou. “Além do risco de queda, essas árvores poderiam atingir casas, veículos e redes elétricas, colocando vidas em perigo”, completou Santana.
A última ocorrência significativa foi registrada no sábado (2), quando um vendaval atingiu o Distrito de Guaçu, danificando parte da Escola Municipal Fazenda Miya. A estrutura teve o telhado e parte da rede elétrica comprometidos, mas equipes da Prefeitura já trabalham na recuperação do prédio.
SUPRESSÃO E REPLANTIO
O programa de supressão de árvores condenadas começou no dia 4 de setembro e é executado pela empresa especializada Progaia Engenharia e Meio Ambiente Ltda., sob supervisão do Instituto de Meio Ambiente de Dourados (Imam). O serviço inclui a retirada segura das árvores, trituração de resíduos, remoção de tocos e destinação ambientalmente correta do material, além do replantio de espécies nativas, em conformidade com o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU).
Na primeira fase, foram identificadas 392 árvores condenadas e 102 tocos que precisam ser retirados. Até o momento, cerca de 270 árvores já foram suprimidas, incluindo espécies como flamboyant, alfeneiro e sibipiruna. O cronograma prevê a conclusão dos trabalhos até o fim de dezembro, com o replantio de aproximadamente 800 novas árvores a partir deste mês.
Outro reflexo do planejamento urbano é a redução drástica dos alagamentos em regiões historicamente afetadas pelas chuvas. As obras de drenagem e instalação de bocas de dragão, concluídas em julho no bairro Parque Alvorada, solucionaram um problema que se arrastava por mais de 30 anos, com inundações recorrentes na Rua Monte Alegre e áreas próximas à Avenida Guaicurus, que também não registrou alagamentos nas últimas fortes chuvas.
Segundo o secretário municipal de Serviços Urbanos, Luis Roberto Martins, as intervenções seguiram padrões técnicos rigorosos para garantir resistência e eficiência. “As estruturas foram projetadas para suportar grandes volumes de água, e o monitoramento será mantido para garantir o funcionamento do sistema. Se necessário, faremos ajustes pontuais”, afirmou.
Atualmente, obras semelhantes estão em execução na Avenida Indaiá, próximo ao Clube Indaiá, com o objetivo de eliminar definitivamente os pontos de acúmulo de água naquela região. As chuvas, porém, têm atrasado o andamento dos trabalhos.










