No dia 3 de agosto de 2025, milhares de brasileiros saíram às ruas em 62 cidades do país, em manifestações organizadas pelo movimento “Reaja Brasil”, exigindo o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os atos, que reuniram multidões em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Belém e Salvador, também defenderam a anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram a Praça dos Três Poderes. As mobilizações, marcadas por bandeiras verde-amarelas e discursos inflamados, expressaram a insatisfação de uma parcela significativa da população com o que consideram abusos judiciais e políticos.
Em São Paulo, na Avenida Paulista, o protesto organizado pelo pastor Silas Malafaia atraiu dezenas de milhares de pessoas, segundo os organizadores, que entoaram gritos como “Fora Xandão!” e “Lula ladrão, seu lugar é na prisão!”. Lideranças como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) destacaram a importância de pressionar o Congresso para pautar a anistia aos presos do 8 de janeiro, classificando as condenações como desproporcionais. “Jair Bolsonaro não pode falar, mas pode ver”, disse Nikolas, exibindo uma ligação de vídeo com o ex-presidente, que, devido a medidas cautelares impostas por Moraes, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, não pôde comparecer presencialmente. Em Brasília, manifestantes se reuniram no Eixão Sul, próximo ao Banco Central, onde a deputada Bia Kicis (PL-DF) defendeu Bolsonaro, afirmando que “ele não é bandido para usar tornozeleira” e que os verdadeiros problemas do país estão na atual gestão.
No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador Cláudio Castro (PL-RJ) participaram do ato em Copacabana, reforçando a narrativa de que as ações de Moraes representam uma perseguição política contra Bolsonaro e seus aliados. Em Belém, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro marcou presença, destacando a luta por liberdade e justiça. As manifestações também ganharam força em cidades como Belo Horizonte, onde a Praça da Liberdade foi palco de apoio ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem articulado nos EUA sanções contra Moraes, como as impostas pela Lei Magnitsky em 30 de julho de 2025, por supostas violações de direitos humanos.
A pauta da anistia reflete a indignação com as penas impostas aos envolvidos no 8 de janeiro, que variam de 3 a 17 anos de prisão, segundo dados do STF. Os manifestantes argumentam que as condenações são desproporcionais e que muitos presos são cidadãos comuns, não criminosos, que expressaram sua insatisfação com o resultado das eleições de 2022. Além disso, as críticas a Moraes se intensificaram após sua sanção pelos EUA, vista como uma validação internacional das denúncias de abusos judiciais, incluindo censura a perfis em redes sociais e restrições a figuras políticas. A reprovação ao governo Lula, por sua vez, é alimentada por medidas como a resistência a negociações com os EUA, que culminaram em tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, impactando setores como o agronegócio.
Os atos, pacíficos em sua maioria, segundo relatos da Polícia Militar, demonstram a mobilização de uma base que vê em Bolsonaro um símbolo de resistência contra o que considera um sistema político e judicial enviesado. A ausência de líderes alternativos nos protestos, como destacado por Malafaia, reforça a percepção de que Bolsonaro permanece como uma figura central para a oposição, mesmo sob restrições. A convocação para novas manifestações no 7 de setembro sinaliza que o movimento pretende manter a pressão, buscando mudanças concretas no Congresso e a defesa de valores como liberdade de expressão e soberania nacional.
