Em julho de 2025, Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade (PVV), anunciou que seu programa eleitoral para as próximas eleições holandesas incluirá a proposta de fechar todas as escolas islâmicas nos Países Baixos. A medida, revelada em uma postagem no X, reflete a visão de Wilders de que essas instituições promovem valores incompatíveis com a identidade e a cultura holandesas, como a liberdade de expressão, a igualdade de gênero e a tolerância. A proposta reacende o debate sobre imigração, integração e a preservação dos valores nacionais.
Wilders, que tem defendido há anos uma política de “desislamização”, argumenta que as escolas islâmicas, frequentadas por cerca de 15.000 alunos em 50 instituições no país, ensinam ideologias que conflitam com os princípios fundamentais da sociedade holandesa. Ele cita preocupações com a segregação social e a alegada promoção de visões conservadoras sobre questões como homossexualidade e papéis de gênero, que, segundo ele, dificultam a integração de jovens muçulmanos. “Crianças na Holanda não devem ser educadas com uma ideologia que promove intolerância”, declarou Wilders, reforçando que sua prioridade é proteger a identidade nacional e garantir a coesão social em um momento de mudanças demográficas rápidas.
A proposta surge em um contexto de crescente apoio ao PVV, que venceu as eleições gerais de novembro de 2023 com 37 assentos no parlamento holandês, impulsionado por eleitores preocupados com imigração e segurança. Dados do Conselho Holandês de Educação Primária (PO-Raad) indicam que escolas islâmicas representam menos de 2% das instituições de ensino primário no país, mas sua visibilidade em cidades como Amsterdã e Roterdã alimenta debates sobre integração. Wilders argumenta que o fechamento dessas escolas protegeria os valores holandeses, enraizados no cristianismo, no judaísmo e no humanismo, enquanto promoveria uma educação que priorize a unidade nacional.
Wilders insiste que a medida é necessária para combater a “islamização” e preservar a identidade cultural holandesa, um apelo que ressoa com eleitores preocupados com a imigração em massa e a segurança pública.
O debate reflete uma tendência mais ampla na Europa, onde questões de imigração e identidade cultural moldam campanhas eleitorais. A proposta de Wilders, embora polêmica, reforça sua posição como defensor de políticas que colocam os interesses dos cidadãos holandeses em primeiro lugar, em linha com sua promessa de “fazer a Holanda nossa novamente”. O plano também destaca a necessidade de abordar os desafios da integração sem comprometer os valores que definem a sociedade holandesa, em um momento em que o país enfrenta pressões internas e externas para equilibrar diversidade e coesão.
