Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, datado de 27 de junho de 2025, mostra um pregador islâmico da Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, fazendo declarações contundentes contra homossexuais e o grupo “Gays pela Palestina”. No discurso, ele afirma que, “quando a Palestina for livre, nenhum homossexual viverá em nossa terra pura”, descrevendo a homossexualidade como “abominações pervertidas” que provocam a “ira de Alá”. A fala, proferida durante um sermão, rejeita explicitamente o apoio de ativistas LGBT que defendem a causa palestina, gerando debates sobre a compatibilidade entre os valores de certos movimentos islâmicos e os princípios de direitos humanos defendidos por grupos progressistas no Ocidente.
O pregador, cuja identidade não foi confirmada por fontes oficiais, dirigiu-se diretamente aos membros do “Gays pela Palestina”, um movimento que organiza protestos em cidades como Londres e Nova York em apoio à causa palestina. Ele argumentou que a presença de homossexuais seria incompatível com uma visão de “pureza” para a Palestina, refletindo uma interpretação rígida de preceitos religiosos que contrasta com os ideais de diversidade e inclusão defendidos pelos ativistas. A declaração, captada em vídeo e traduzida para vários idiomas, foi amplificada por postagens em redes sociais, incluindo perfis em português, espanhol e inglês, que destacaram a contradição entre o apoio ocidental à Palestina e as posturas conservadoras de alguns líderes religiosos na região.
A polêmica expõe tensões mais amplas entre movimentos progressistas globais e certos setores do islamismo que rejeitam valores liberais, como a aceitação da diversidade sexual. Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, já documentaram em relatórios de 2023 e 2024 a repressão a indivíduos LGBT em territórios controlados por autoridades palestinas, incluindo prisões arbitrárias e discriminação. A fala do pregador reforça preocupações sobre a segurança de minorias sexuais em contextos onde interpretações estritas da sharia prevalecem, desafiando a narrativa de solidariedade universal promovida por grupos como o “Gays pela Palestina”.
O incidente também reacende o debate sobre a liberdade de expressão e os limites do discurso religioso em contextos de conflito político. Enquanto o pregador defende sua visão com base em crenças tradicionais, críticos apontam que tais declarações alimentam a intolerância e dificultam a construção de pontes entre diferentes comunidades. A rejeição explícita de apoio de ativistas LGBT por parte de um líder religioso em um local simbólico como a Mesquita Al-Aqsa destaca o desafio de alinhar causas políticas com valores culturais divergentes, especialmente em um conflito tão polarizado quanto o israelo-palestino.