Na madrugada de 9 de junho de 2025, a Marinha de Israel interceptou o veleiro Madleen, operado pela Coalizão da Flotilha da Liberdade, em águas internacionais, a caminho da Faixa de Gaza. A bordo estavam 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, conhecida por seu ativismo climático, mas agora envolvida em uma missão que Israel considera uma provocação política. O navio, que partiu da Sicília em 1º de junho, levava suprimentos simbólicos e buscava desafiar o bloqueio naval imposto por Israel desde 2007, após o Hamas, grupo classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, assumir o controle de Gaza. A embarcação foi escoltada até o porto de Ashdod, onde os ativistas, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, foram detidos e serão deportados após exames médicos. O ministro da Defesa, Israel Katz, determinou que, antes da deportação, eles assistam a um vídeo de 43 minutos com imagens do ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que matou 1.218 civis, incluindo mulheres e crianças, para expor a brutalidade do grupo e justificar a firmeza de Israel em proteger suas fronteiras.
O bloqueio naval, mantido por Israel com apoio do Egito, é uma medida de segurança para impedir que armas cheguem ao Hamas, que mantém 55 reféns desde o ataque de 2023, dos quais 31 estão mortos, segundo autoridades israelenses. O Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou a flotilha, chamando-a de “iate de selfies” e acusando os ativistas de encenarem uma provocação midiática em apoio a uma organização terrorista. “Greta Thunberg e seus companheiros devem entender as atrocidades que o Hamas cometeu contra nosso povo”, declarou Katz, reforçando que o vídeo serve para mostrar a realidade de um grupo que sequestrou e assassinou civis indefesos. Imagens divulgadas por Israel mostram soldados oferecendo água e comida aos ativistas, contrastando com as acusações de “sequestro” feitas pela Coalizão, que alega violações do direito internacional.
A ação de Thunberg, que nos últimos anos tem se alinhado a causas anti-Israel, é vista como um desvio de sua luta climática original, atraindo críticas por apoiar narrativas que, segundo Israel, legitimam o terrorismo. A interceptação do Madleen ocorre em um contexto de guerra prolongada, iniciada após o ataque do Hamas que desencadeou uma resposta militar israelense, resultando em mais de 54 mil mortes em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Apesar da crise humanitária, Israel argumenta que o bloqueio é essencial para proteger sua população, enquanto canais oficiais, como o porto de Ashdod, são usados para entregar ajuda humanitária sob supervisão. A tentativa da flotilha de furar o bloqueio é considerada por Israel uma afronta à sua soberania e uma ameaça à segurança, especialmente após incidentes como o ataque ao Mavi Marmara em 2010, que terminou com 10 ativistas mortos.