A Síria mergulhou em um cenário de caos e violência extrema entre 6 e 8 de março de 2025, com mais de mil pessoas mortas em apenas dois dias, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR). O surto de violência, um dos mais letais desde o início do conflito no país há 14 anos, ocorreu em regiões costeiras como Latakia e Tartus, áreas habitadas majoritariamente pela minoria alauíta, base tradicional de apoio ao ex-presidente Bashar al-Assad. Relatos apontam execuções sumárias, massacres e atos de vingança conduzidos por forças ligadas ao novo governo, dominado pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
De acordo com o SOHR, 745 civis foram mortos, a maioria por disparos à queima-roupa, incluindo mulheres e crianças executadas em vilarejos alauítas. Testemunhas descreveram cenas de horror, com mulheres sendo despidas, forçadas a desfilar nuas pelas ruas e depois fuziladas. Homens armados, identificados como sunitas pró-governo, teriam invadido casas, arrastado moradores para as ruas e ateado fogo em propriedades, forçando milhares a fugir para as montanhas. Além dos civis, 125 membros das forças de segurança do governo e 148 milicianos ligados a Assad também perderam a vida nos confrontos.