Filho de Osama Bin Laden é banido da França permanentemente

Omar bin Laden, o quarto filho mais velho do ex-líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, posa durante uma exposição em Le Teilleul, oeste da França, em 1º de julho de 2022 (AFP/Jean-François Monier)

Omar Bin Laden, filho do notório líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, foi oficialmente proibido de retornar à França, conforme anunciou o novo ministro do Interior, Bruno Retailleau. Aos 43 anos, Omar havia residido por vários anos na Normandia, onde se dedicava à pintura de paisagens. No entanto, foi acusado de glorificar o terrorismo em publicações nas redes sociais no ano passado, o que resultou na revogação de seu visto.

Histórico de Permanência na França

Omar Bin Laden havia obtido um visto de residência na França em 2016, por meio de seu casamento com a cidadã britânica Zaina Mohamed Al-Sabah (nascida como Jane Felix-Browne). Ele viveu no país até 2023, quando seu visto foi suspenso por dois anos devido às publicações controversas relacionadas ao aniversário da morte de seu pai, Osama Bin Laden.

Agora, sob a nova gestão do ministro Retailleau, foi emitida uma ordem que proíbe Omar Bin Laden de retornar à França “sob qualquer circunstância”. Após sua expulsão, Omar teria retornado ao Catar, onde já havia residido com sua esposa.

As Polêmicas de Omar Bin Laden

Nascido na Arábia Saudita, Omar é o quarto filho mais velho de Osama Bin Laden. Ele se distanciou do pai em 2000, após ser treinado em campos jihadistas no Afeganistão, e declarou que não queria ser associado ao assassinato de civis. Apesar de renunciar publicamente os atos violentos de seu pai, sua postura ambígua gerou controvérsias, já que ele descrevia o pai como um “homem gentil”, guiado por um código religioso e moral rigoroso.

Após a morte de Osama Bin Laden em 2011, Omar criticou os EUA, alegando que as forças especiais violaram o direito internacional ao não permitir um sepultamento adequado para seu pai, que foi enterrado no mar após ser identificado em uma base norte-americana no Afeganistão.

Reações ao Banimento

O banimento de Omar Bin Laden foi alvo de críticas de amigos próximos, que afirmam que ele renunciou completamente ao islamismo radical. Pascal Martin, que auxiliava Omar na venda de suas pinturas, afirmou à agência Reuters que a decisão não reflete o homem que ele conhece. “Ele abandonou radicalmente o extremismo e nada do que dizem parece o Omar que conheço”, declarou Martin.

A Nova Direção do Governo Francês

A decisão de banir Omar Bin Laden se alinha com a postura firme de Bruno Retailleau, que é conhecido por suas posições direitistas dentro do governo liderado pelo primeiro-ministro conservador Michel Barnier. Retailleau assumiu o cargo em setembro de 2024, prometendo reduzir a imigração e combater o que chamou de “islamismo político”, ação que foi criticada por opositores como um reflexo da ascensão da direita reacionária ao poder.

Essa medida reafirma o endurecimento das políticas de imigração da França e pode ser interpretada como um movimento estratégico para reforçar a segurança nacional e conter qualquer influência de ideologias extremistas no país.

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