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BRICS Rejeita Proposta de Lula e Opta por Negociações Individuais Frente às Tarifas dos EUA

Em um revés significativo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) rejeitou sua proposta de coordenar uma resposta conjunta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre 36% das exportações brasileiras, em vigor desde 6 de agosto de 2025. Fontes próximas à cúpula do bloco, realizada em julho no Rio de Janeiro, revelam que os líderes optaram por negociações bilaterais com os EUA, priorizando interesses nacionais em detrimento de uma frente unificada. A decisão expõe a fragilidade da estratégia de Lula, que apostou em uma retórica de confronto com os EUA e na desdolarização, sem obter apoio dos aliados do BRICS, enquanto a abordagem americana, liderada por Donald Trump, reforça sua influência no comércio global.

Lula, em entrevista à Reuters em 6 de agosto, anunciou planos de discutir com líderes como o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente chinês Xi Jinping uma resposta coletiva às tarifas, que afetam US$ 14,5 bilhões em exportações brasileiras, incluindo café, carne bovina e têxteis, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No entanto, a ausência de respaldo dos membros do BRICS, confirmada por fontes diplomáticas, evidencia a falta de coesão no bloco. A Índia, que também enfrenta tarifas de 50% devido à importação de petróleo russo, preferiu buscar acordos diretos com Washington, enquanto a China, com tarifas de 30%, já negocia com os EUA para evitar escaladas, segundo a Hindustan Times. A Rússia, sob pressão para encerrar a guerra na Ucrânia, e a África do Sul, com tarifas de 30%, também evitaram apoiar a proposta de Lula, indicando que o bloco prioriza pragmatismo em vez de confrontos ideológicos.

A insistência de Lula em uma resposta conjunta, sem respaldo prático, reflete uma abordagem equivocada que subestima a complexidade das relações comerciais e a influência americana. Trump, ao impor tarifas sob a justificativa de práticas comerciais desleais e apoio a políticas que desafiam o dólar, demonstrou uma estratégia assertiva que força países a negociarem individualmente, garantindo vantagens para os EUA. A decisão do BRICS de rejeitar a proposta brasileira, conforme relatado em posts no X e fontes como a News18, destaca a dificuldade de Lula em liderar uma coalizão global contra os interesses americanos, especialmente quando aliados como China e Índia buscam proteger suas próprias economias. A projeção do Banco Itaú de uma queda de 0,4% no PIB brasileiro devido às tarifas reforça o impacto econômico da postura de Lula, que optou por críticas públicas a Trump, chamando-o de “imperador” na cúpula do BRICS, em vez de buscar diálogo direto.

A rejeição do BRICS à proposta de Lula também enfraquece sua narrativa de soberania econômica. Enquanto o Brasil enfrenta perdas estimadas em R$ 25,8 bilhões no PIB, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e a desvalorização do real para R$ 5,50 por dólar, a falta de coordenação com o BRICS limita as opções do país. A decisão de levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), como anunciado por Lula, pode ser um passo legítimo, mas é lento e incerto, com consultas formais iniciadas em 6 de agosto, segundo a deepnewz.com. Em contraste, a política de Trump, que combina tarifas com pressão diplomática, como visto na cúpula com Putin no Alasca, demonstra eficácia em moldar o comportamento de nações adversárias, protegendo os interesses econômicos dos EUA e mantendo a primazia do dólar.

A incapacidade de Lula de mobilizar o BRICS revela uma liderança que, embora ambiciosa, carece de pragmatismo em um cenário global onde interesses nacionais prevalecem. A escolha dos membros do bloco por negociações individuais reflete a força da estratégia americana, que capitaliza divisões para manter sua influência. Enquanto o Brasil enfrenta impactos econômicos imediatos, como a queda de 2,3% nos futuros de soja e a ameaça a 120 mil empregos, segundo a Associação Brasileira de Comércio Exterior, a abordagem de Trump reforça a posição dos EUA como líder no comércio global, forçando países a se alinharem ou enfrentarem consequências.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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