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Ex-Assessor de Moraes na Itália Promete Revelar Irregularidades no STF

Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), causou polêmica ao declarar, em entrevista à revista Timeline, que o magistrado “destruiu minha vida e a de várias pessoas”. Agora vivendo na Itália, Tagliaferro anunciou, em 30 de julho de 2025, que planeja expor os bastidores do gabinete de Moraes, alegando práticas questionáveis e um suposto viés político nas ações do ministro. Segundo ele, as investigações conduzidas por Moraes no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) focavam exclusivamente alvos associados à direita política, enquanto denúncias contra figuras da esquerda eram sistematicamente ignoradas.

Tagliaferro, formado em engenharia e direito pela Universidade Paulista, atuou como assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, nomeado por Moraes em 2022. Em suas redes sociais, ele afirmou: “Tem algumas coisas fraudulentas que foram feitas, e comecei a questionar. Só entravam coisas de direita no gabinete, e nada de esquerda, isso me chamou muito a atenção.” Ele também sugeriu possuir informações comprometedoras, declarando: “Eu tenho bastante coisa.” As acusações ganharam peso após Tagliaferro ser indiciado pela Polícia Federal, em maio de 2025, por violação de sigilo funcional, acusado de divulgar diálogos de Moraes com servidores do TSE e STF. A investigação da PF concluiu que ele agiu “de forma consciente e voluntária”, mas Tagliaferro sustenta que sua saída do Brasil foi motivada por pressões e perseguições.

O ex-assessor também relatou à Timeline que Moraes ordenava a remoção de conteúdos de perfis de direita sem mandados judiciais e que registros de sistemas eram apagados para encobrir evidências. Ele afirmou que os alvos eram predefinidos, com relatórios elaborados posteriormente para justificar as ações, uma prática que, segundo ele, carecia de imparcialidade. Tagliaferro foi impedido por Moraes de depor como testemunha de defesa em um processo envolvendo Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, com base em jurisprudência que veta depoimentos de investigados. Essa decisão intensificou as críticas de que o ministro utiliza seu poder para silenciar vozes dissonantes.

As declarações de Tagliaferro ecoam o sentimento de uma parcela da população que vê nas ações de Moraes um excesso de autoridade. Protestos em 62 cidades brasileiras, em 3 de agosto de 2025, exigiram o impeachment do ministro, apontando-o como responsável por medidas que restringem a liberdade de expressão e visam adversários políticos de forma desproporcional. Dados do STF mostram que, desde 2019, o inquérito das fake news, conduzido por Moraes, resultou na remoção de mais de 1.200 perfis em redes sociais, a maioria ligados a figuras conservadoras. A sanção imposta pelos EUA ao ministro, em 30 de julho de 2025, sob a Lei Magnitsky, por supostas violações de direitos humanos, reforça a percepção de que suas ações extrapolam os limites democráticos.

A mudança de Tagliaferro para a Itália, segundo ele, foi uma tentativa de escapar do que descreve como um ambiente de intimidação. Suas promessas de revelações, ainda sem detalhes concretos, alimentam a expectativa de que documentos ou provas possam lançar luz sobre as práticas do STF sob Moraes. Enquanto o ministro permanece em silêncio sobre as acusações, a controvérsia intensifica o debate sobre a transparência e a imparcialidade do Judiciário brasileiro, especialmente em um contexto de polarização política e crescente desconfiança nas instituições.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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