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EUA Rejeitam Diálogo com Embaixadora Brasileira Após Revogação de Vistos de Ministros do STF

O Departamento de Estado dos Estados Unidos recusou, em 19 de julho de 2025, um pedido de diálogo da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, com a resposta “tarde demais”, segundo informações da CNN. A decisão reflete a insatisfação do governo americano com a ausência de esforços prévios do Brasil para manter canais diplomáticos abertos desde o início do segundo mandato do presidente Donald Trump, em janeiro de 2025. A tentativa de Viotti de mediar a crise veio após a ordem do secretário de Estado, Marco Rubio, de revogar os vistos americanos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de outros sete ministros da Corte, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e de seus familiares, em resposta ao que Rubio classificou como uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A recusa do Departamento de Estado em dialogar com Viotti, que retornou de férias dois dias antes, destaca a deterioração das relações bilaterais entre EUA e Brasil, agravada pela escalada de tensões após a imposição de medidas judiciais contra Bolsonaro no Brasil. Rubio justificou a revogação dos vistos com base na Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite barrar a entrada de estrangeiros cujas ações possam ter “consequências adversas graves” para a política externa americana. A decisão foi motivada por ações de Moraes, incluindo a suspensão da plataforma X no Brasil em 2024 e a recente imposição de medidas cautelares contra Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação, devido a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe em 2022.A administração Trump, que tem priorizado uma política externa assertiva, considera as ações do STF, lideradas por Moraes, uma ameaça não apenas aos direitos dos brasileiros, mas também aos interesses americanos, especialmente pela restrição a plataformas digitais dos EUA. A resposta do Departamento de Estado a Viotti sinaliza uma postura firme, indicando que o Brasil deveria ter buscado diálogo antes da escalada da crise. A medida se alinha com outras ações do governo Trump, como a ameaça de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, vista como uma pressão para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reveja o processo contra Bolsonaro.

A recusa de diálogo com Viotti reforça a visão do governo americano de que o Brasil, sob a liderança de Lula, tem adotado uma postura de confronto ao não alinhar suas políticas com os interesses dos EUA, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão e à proteção de aliados como Bolsonaro. A administração Trump tem defendido que suas ações visam proteger valores fundamentais, como a liberdade de imprensa e a soberania das plataformas americanas, enquanto critica o STF por decisões que considera politicamente motivadas. A crise atual, marcada pela falta de comunicação direta com a embaixadora brasileira, sugere que as relações bilaterais enfrentarão desafios ainda maiores, com implicações para o comércio e a cooperação diplomática.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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