Em 8 de julho de 2025, o senador republicano Lindsey Graham, aliado próximo do presidente Donald Trump, emitiu um alerta contundente a Brasil, China e Índia, destacando as consequências de manterem relações comerciais com a Rússia, especialmente na compra de petróleo e derivados. Em uma publicação em sua conta oficial no X, Graham afirmou: “China, Índia e Brasil: vocês estão prestes a se prejudicar muito se continuarem ajudando Putin”. A declaração reflete a crescente pressão dos Estados Unidos para isolar economicamente a Rússia em meio ao conflito na Ucrânia, reforçando a liderança americana na defesa de interesses globais e na contenção de regimes considerados adversários.
O senador anunciou que o Senado dos EUA está próximo de aprovar um pacote de sanções robusto, apoiado por 85 senadores, que daria ao presidente Trump autoridade para impor tarifas de até 500% sobre países que compram produtos energéticos russos, como petróleo, gás e derivados. A medida visa cortar o financiamento da máquina de guerra de Vladimir Putin, que, segundo Graham, depende diretamente dessas transações comerciais. “Os recursos que Putin usa para sustentar a guerra vêm de países como China, Índia e Brasil, que compram petróleo e outros bens russos”, declarou o senador, enfatizando que a proposta busca proteger a segurança global e punir nações que, na visão dos EUA, contribuem para prolongar o conflito.
A posição de Graham é respaldada por um amplo consenso bipartidário no Senado americano, que vê nas sanções uma ferramenta essencial para pressionar a Rússia e seus parceiros comerciais. A iniciativa reflete a postura firme do governo Trump, que tem priorizado políticas de “América Primeiro” e a defesa de valores democráticos contra regimes autoritários. O senador destacou que as sanções não se limitarão à Rússia, mas alcançarão qualquer nação que facilite o financiamento das ações de Putin, reforçando a necessidade de alinhamento econômico e político com os interesses ocidentais.
No caso do Brasil, a advertência de Graham ganha relevância em um momento de tensões diplomáticas, agravadas pela recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, anunciada por Trump em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a alegações de práticas comerciais desleais. O comércio de petróleo russo pelo Brasil, embora limitado, é visto como um ponto de atrito, já que o país mantém relações econômicas pragmáticas com a Rússia, especialmente no setor de energia. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) indicam que as importações brasileiras de petróleo russo representam uma fração pequena do total, mas o impacto simbólico das sanções propostas poderia pressionar setores estratégicos como o agronegócio e a indústria, que dependem do acesso ao mercado americano.
A proposta de tarifas de até 500% reflete uma estratégia agressiva para dissuadir países de manterem laços econômicos com a Rússia, alinhando-se à visão de Graham de que “o tempo de jogos de Putin acabou”. A medida, se aprovada, daria a Trump poderes extraordinários para ajustar tarifas conforme a política externa dos EUA, reforçando a soberania econômica americana e enviando um recado claro aos parceiros comerciais. Parlamentares brasileiros, especialmente da oposição, têm reagido à ameaça de sanções, com figuras como o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticando o que chamam de “ingerência externa” e defendendo uma postura soberana, mas pragmática, nas relações internacionais.
O alerta de Graham sublinha a importância de escolhas estratégicas na política externa, especialmente em um cenário global polarizado. A proposta de sanções, apoiada por uma maioria significativa no Senado dos EUA, reforça a liderança de Trump na condução de políticas que priorizam a segurança e os interesses econômicos americanos, enquanto pressionam nações a reverem suas parcerias comerciais em nome da estabilidade global.