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Grécia Suspende Asilo para Imigrantes do Norte da África e Promete Detenções em Resposta a Crise Migratória

Em 9 de julho de 2025, o governo da Grécia anunciou a suspensão, por três meses, do processamento de pedidos de asilo para imigrantes que chegam pelo mar a partir do norte da África, especialmente da Líbia, rumo às ilhas de Creta e Gavdos. A medida, aprovada pelo Parlamento grego por 177 votos a 74, também determina a detenção de todos os migrantes que entrarem ilegalmente no país, com planos de devolvê-los aos seus países de origem. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, líder do partido conservador Nova Democracia, justificou a decisão como uma resposta necessária ao aumento de 350% nas chegadas de migrantes em 2025, que ultrapassaram 7.300 apenas neste ano, contra cerca de 5.000 em todo o ano de 2024. A medida reflete a determinação do governo em proteger as fronteiras nacionais e gerenciar uma crise que sobrecarrega a infraestrutura local, enviando uma mensagem clara contra o tráfico humano e a imigração irregular.

A decisão ocorre em meio a uma pressão sem precedentes sobre Creta, onde a falta de centros de recepção organizados levou à acomodação improvisada de centenas de migrantes, incluindo 30 famílias com crianças pequenas, em espaços como um mercado abafado, conforme relatado pela emissora pública ERT. O presidente da Associação de Pessoal da Guarda Costeira de Creta Ocidental, Vasilis Katsikandarakis, afirmou que “a imigração está nos sufocando”, destacando que os recursos locais estão esgotados. O governo grego, que já construiu uma cerca na fronteira terrestre com a Turquia e intensificou patrulhas marítimas desde 2019, anunciou a construção de um centro de detenção em Creta e negociações com a guarda costeira líbia para interceptar barcos antes que cheguem às águas gregas. “Estamos enviando uma mensagem firme: a rota para a Grécia está fechada”, declarou Mitsotakis, reforçando que os traficantes de pessoas não encontrarão facilidades para explorar a vulnerabilidade de migrantes.

A medida é vista como uma resposta pragmática a uma situação de emergência, inspirada em ações anteriores, como a suspensão de asilo durante a crise migratória de Evros em 2020, quando milhares tentaram cruzar a fronteira com a Turquia. O ministro da Migração, Thanos Plevris, enfatizou que a suspensão é temporária e visa desincentivar travessias perigosas, protegendo tanto a segurança nacional quanto a vida dos migrantes, que frequentemente enfrentam condições desumanas em campos de detenção na Líbia após interceptações. Dados da ONU mostram que, embora as chegadas totais à Grécia tenham caído 5,5% no primeiro semestre de 2025, totalizando 17.000, o aumento específico nas rotas a partir da Líbia sobrecarregou ilhas remotas, justificando medidas excepcionais.

Mitsotakis destacou ao jornal alemão Bild que “a Grécia não é uma passagem aberta para todos”, reforçando a prioridade de controlar as fronteiras.

A situação reflete desafios mais amplos enfrentados por países na linha de frente da migração, como Itália e Espanha, que também adotaram medidas para conter fluxos migratórios. A Grécia, que enfrentou uma crise em 2015-2016 com mais de um milhão de chegadas, busca evitar a repetição desse cenário, equilibrando a segurança nacional com a gestão de recursos limitados. A decisão de suspender asilo e deter migrantes é vista por apoiadores como um passo corajoso para restaurar a ordem, proteger a economia local — especialmente o turismo em Creta — e enviar um recado aos traficantes de pessoas, que lucram com travessias perigosas. Enquanto o debate sobre direitos humanos continua, a Grécia reafirma seu compromisso com a proteção de suas fronteiras e a estabilidade interna.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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