Os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, e a Argentina, governada pelo presidente Javier Milei, anunciaram em 9 de julho de 2025 um acordo comercial que elimina tarifas de importação para 80% das exportações argentinas, com uma alíquota reduzida de 10% aplicada aos 20% restantes. A medida, formalizada após meses de negociações iniciadas ainda no governo Biden, reflete uma visão compartilhada de promover mercados abertos e fortalecer a cooperação econômica entre nações que priorizam a liberdade econômica e a redução de barreiras comerciais.
O acordo abrange cerca de 100 produtos argentinos, incluindo itens estratégicos como vinho, limão, algodão, insumos agrícolas, energia e alimentos processados, que representam aproximadamente US$ 6,5 bilhões em exportações anuais para os EUA, cerca de 10% do total exportado pela Argentina. Produtos como aço e alumínio, no entanto, permanecerão sujeitos a tarifas de 25% a 50%, devido a considerações de segurança nacional pelos EUA. A decisão de Trump, que estende uma trégua tarifária à Argentina até 1º de agosto, contrasta com a tarifa de 50% imposta a outros parceiros comerciais, como o Brasil, e destaca a importância de alinhamentos estratégicos em um cenário global de tensões comerciais.
A iniciativa é um marco para a Argentina, que, sob Milei, busca reposicionar-se como uma economia aberta e competitiva. O presidente argentino, conhecido por sua política de desregulamentação e redução do tamanho do Estado, tem defendido a eliminação de barreiras comerciais como forma de impulsionar o crescimento econômico. A aproximação com os EUA, liderada pelo ministro das Relações Exteriores e Comércio Exterior, Gerardo Werthein, em reuniões com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, reflete um esforço para consolidar a Argentina como um parceiro confiável em cadeias de suprimentos globais, especialmente em um contexto de rivalidade comercial com países como a China.
Do lado americano, a decisão de Trump reforça sua estratégia de usar acordos comerciais para promover os interesses dos EUA, recompensando nações que adotam políticas alinhadas com valores de livre mercado. A isenção tarifária para a Argentina, negociada em um momento de imposição de tarifas elevadas a outros países, demonstra a eficácia de uma diplomacia que combina pragmatismo econômico com afinidade política. Trump, que já elogiou Milei como um “grande líder” que “resgatou a Argentina do esquecimento”, vê no acordo uma oportunidade de fortalecer laços com um aliado estratégico na América do Sul.
O impacto do acordo é significativo para a economia argentina, que enfrenta desafios como inflação e ajuste fiscal. A isenção tarifária deve aumentar a competitividade de produtos argentinos no mercado americano, impulsionando setores como o agronegócio e a indústria de alimentos processados. Para os EUA, a medida garante acesso a insumos estratégicos, como lítio e minerais, enquanto promove a reciprocidade comercial, com a Argentina se comprometendo a reduzir barreiras às exportações americanas. A visão de ambos os líderes, focada na redução de entraves estatais e na promoção da iniciativa privada, sinaliza um modelo de cooperação que pode inspirar outras nações.