Em 27 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a assinatura de um acordo de paz mediado pelos EUA entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda, um marco para encerrar um conflito de três décadas na região dos Grandes Lagos, que resultou em milhões de mortes e deslocamentos. A cerimônia, realizada no Departamento de Estado em Washington, contou com a presença do secretário de Estado, Marco Rubio, e dos ministros das Relações Exteriores da RDC, Thérèse Kayikwamba Wagner, e de Ruanda, Olivier Nduhungirehe. Trump destacou a conquista como parte de uma série de sucessos diplomáticos, incluindo esforços para apaziguar tensões entre Índia e Paquistão e Israel e Irã, afirmando que “em poucos meses, alcançamos a paz em conflitos que pareciam insolúveis”.
O acordo, assinado sob o nome preliminar de “Acordo de Washington”, compromete ambos os países a respeitar a soberania e a integridade territorial um do outro, cessar hostilidades e suspender o apoio a grupos armados, como o M23, acusado pela RDC e pela ONU de receber suporte de Ruanda, uma alegação que Kigali nega. O documento prevê a retirada de tropas ruandesas do leste do Congo em 90 dias e a criação de um mecanismo conjunto de coordenação de segurança em 30 dias, além de um quadro de integração econômica regional para atrair investimentos ocidentais em minerais estratégicos, como cobalto, cobre e lítio, abundantes na RDC. Trump destacou que o acordo beneficia não apenas a região, mas também os Estados Unidos, ao garantir acesso a minerais críticos, essenciais para tecnologias como veículos elétricos e smartphones, em um esforço para contrabalançar a influência chinesa no setor.
Durante o evento no Salão Oval, Trump descreveu o tratado como “um triunfo glorioso”, enfatizando que a paz trará “esperança, harmonia e prosperidade” à região, que sofreu com a violência desde o genocídio de Ruanda em 1994. O conflito, que escalou com a ofensiva do M23 em 2025, capturando cidades como Goma e Bukavu, deixou milhares de mortos e deslocou mais de um milhão de pessoas desde janeiro. A ministra congolesa Wagner reforçou a importância do acordo, afirmando que “a paz é uma escolha e uma responsabilidade”, enquanto Nduhungirehe chamou a assinatura de um “ponto de virada”, embora tenha alertado que acordos anteriores não foram implementados. Ambos os lados expressaram compromisso com a desmobilização de grupos armados, incluindo as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), que Ruanda acusa o Congo de tolerar.
A mediação dos EUA, apoiada pelo Catar, foi conduzida pelo conselheiro sênior para a África, Massad Boulos, que trabalhou diretamente com os presidentes Félix Tshisekedi, da RDC, e Paul Kagame, de Ruanda. A iniciativa começou em abril de 2025, com a assinatura de uma Declaração de Princípios, e culminou após intensas negociações que superaram impasses, como a exigência inicial do Congo por uma retirada imediata das tropas ruandesas. Trump, que se reuniu com os líderes no Salão Oval, anunciou que Tshisekedi e Kagame visitarão Washington em breve para finalizar o protocolo completo, reforçando o compromisso com a implementação. Ele também prometeu “penalidades severas” para qualquer violação do acordo, embora detalhes sobre a fiscalização permaneçam vagos.
A conquista foi elogiada por aliados de Trump, que veem na diplomacia um exemplo de liderança prática e eficaz, priorizando resultados concretos em vez de retórica. O acordo também abre portas para investimentos americanos em uma região rica em recursos naturais, promovendo parcerias que, segundo Rubio, beneficiarão tanto os países africanos quanto os EUA. Apesar de críticas de analistas, como Denis Mukwege, que questionam a ausência de menções a justiça e reparações, a iniciativa é vista como um passo ousado para estabilizar uma área marcada por violência, corrupção e exploração de recursos, oferecendo uma chance de reconstrução econômica e social.