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Leão XIV impõe pálio a novos arcebispos e pede abandono de pastorais ‘que se repetem sem se renovar’

Na solenidade dos Santos Pedro e Paulo, que a Igreja reconhece como pilares da fé e que são venerados como patronos da cidade de Roma, o papa Leão XIV advertiu sobre o risco de cair em “padrões pastorais que se repetem sem renovação”, ao mesmo tempo em que pediu para manter sempre a unidade eclesial, respeitando a “diversidade”.

Na missa, que celebrou na basílica de São Pedro, Leão XIV impôs o pálio a 54 novos arcebispos metropolitanos.

Na celebração, o papa retomou a tradição de impor pessoalmente o pálio aos novos arcebispos metropolitanos que havia sido abandonada pelo papa Francisco.

Em 2015, Francisco tinha decidido que apenas entregaria aos arcebispos a faixa de lã branca em forma de colarinho, adornada com seis cruzes de seda preta, que se assemelha a uma estola e é usada como escapulário. A imposição seria feita depois, em cada arquidiocese, pelo núncio apostólico, o representante do papa em cada país.

Para Francisco, tratava-se de dar mais destaque às igrejas locais, para tornar a cerimônia mais pastoral e participativa, e fortalecer o vínculo entre o arcebispo e seu povo.

Em sua homilia, Leão XIV exortou os novos arcebispos a “buscar novos caminhos para a evangelização” a partir dos “problemas e questões” levantados pela comunidade de fiéis.

“Nossos patronos seguiram caminhos diferentes, tiveram ideias diferentes, às vezes se confrontaram e discutiram com franqueza evangélica”, disse o papa. “No entanto, isso não os impediu de viver a concordia apostolorum (concórdia dos apóstolos), ou seja, uma comunhão viva no Espírito, uma harmonia frutífera na diversidade”.

Ele reivindicou o exemplo de Pedro e Paulo, que foram chamados a viver o martírio, e cujo testemunho “nos ensina que a comunhão à qual o Senhor nos chama é uma harmonia de vozes e rostos, não anula a liberdade de cada um”.

“Na história dos dois apóstolos, por outro lado, somos inspirados por sua disposição de estarmos abertos à mudança, de nos deixarmos questionar pelos acontecimentos, encontros e situações concretas das comunidades”, disse.

Seguindo a tradição, o papa entrou na basílica de São Pedro em procissão. Após a homilia, os diáconos foram até o túmulo do apóstolo Pedro, abaixo do Altar da Cátedra, para pegar os pálios que foram abençoados pelo papa.

Para o papa, o caminho da comunhão eclesial “nasce do impulso do Espírito, une as diversidades e cria pontes de unidade na variedade de carismas, dons e ministérios”.

“É importante aprender a viver a comunhão dessa forma, como unidade na diversidade, de modo que a variedade de dons, articulada na confissão da única fé, contribua para a proclamação do Evangelho”, disse.

Leão XIV pediu para “fazer de nossas diversidades uma oficina de unidade e comunhão, de fraternidade e reconciliação, para que cada um na Igreja, com sua própria história pessoal, aprenda a caminhar junto com os outros”.

“A Igreja precisa disso, as relações entre leigos e sacerdotes, entre sacerdotes e bispos, entre bispos e o papa precisam disso, assim como a vida pastoral, o diálogo ecumênico e a relação de amizade que a Igreja deseja manter com o mundo”, acrescentou.

Ele pediu para cada um se perguntar se a jornada de fé “mantém o dinamismo e a vitalidade”.

“Se não quisermos que nosso ser cristão se reduza a uma herança do passado, como o papa Francisco tantas vezes nos advertiu, é importante nos afastarmos do perigo de uma fé cansada e estática, para nos perguntarmos: quem é Jesus Cristo para nós hoje, que lugar ele ocupa em nossa vida e na ação da Igreja”, disse.

Por isso, indicou que pediu para realizar esse exercício de discernimento, que nasce dessas perguntas, para permitir que a fé e a Igreja “se renovem continuamente e experimentem novos caminhos e novas práticas para o anúncio do Evangelho”.

“Isso, junto com a comunhão, deve ser nosso primeiro desejo”, insistiu. Por fim, ele saudou os membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana. No final da celebração, o papa desceu as escadas até o túmulo de são Pedro e rezou por alguns minutos diante dele junto com o metropolita Emmanuel de Calcedônia, que chefia a delegação do patriarcado ecumênico enviada a Roma por Bartolomeu I, para participar da solenidade de são Pedro e são Paulo.

Rádio Coração

Jose Roberto

Escritor

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