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Reza Pahlavi Clama por Revolta Popular Contra o Regime Islâmico do Irã

Reza Pahlavi, filho do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, intensificou sua campanha contra a República Islâmica, convocando os iranianos a saírem às ruas para derrubar o regime teocrático que governa o país desde a Revolução de 1979. Exilado nos Estados Unidos há mais de quatro décadas, Pahlavi acusou o governo liderado pelo aiatolá Ali Khamenei de arrastar o Irã para uma guerra devastadora e de ser composto por líderes “criminosos e incompetentes”. Em um pronunciamento em Paris, em 23 de junho de 2025, ele declarou que o regime está à beira do colapso, enfraquecido por ataques militares israelenses e americanos, além do crescente descontentamento interno, marcado por greves e protestos. Sua chamada por um “levante nacional” visa encerrar o que ele descreve como “46 anos de guerra contra a nação iraniana”.

Pahlavi, que era príncipe herdeiro quando a monarquia foi deposta, afirmou que a República Islâmica perdeu a capacidade de controlar o país, com relatos de que Khamenei está escondido em um bunker em Teerã, enquanto famílias de altos oficiais preparam sua fuga. “Este é o nosso momento de Muro de Berlim”, declarou, comparando a situação atual à queda do comunismo na Europa Oriental. Ele acusou o regime de destruir a economia iraniana, com uma inflação que atingiu 40% em 2024, e de desperdiçar recursos nacionais em programas nucleares e apoio a grupos como o Hezbollah, enquanto a população enfrenta desemprego e escassez. A repressão violenta de protestos, como os de 2022 contra a obrigatoriedade do hijab, que resultaram em mais de 500 mortes, segundo a ONU, reforça a imagem de um governo que prioriza o controle sobre o bem-estar dos cidadãos.

O ex-príncipe anunciou a criação de uma plataforma segura para que militares, policiais e funcionários do regime possam desertar e se unir à oposição, prometendo um papel para aqueles que “escolherem a nação” em um futuro Irã democrático. Ele também apresentou um plano de transição em três fases – emergencial, de consolidação e de normalização – que inclui a reconstrução econômica e a estabilização social nos primeiros 100 dias após a queda do regime. Pahlavi enfatizou que não busca restaurar a monarquia, mas liderar uma transição para um governo secular e eleito, garantindo que “todas as vozes, republicanas ou monarquistas, terão espaço para debater”.

A fragilidade do regime foi exacerbada pela recente campanha militar de Israel, apoiada pelos EUA, que destruiu instalações nucleares em Natanz, Fordow e Isfahan, matando figuras-chave como o general Mohammad Bagheri. A resposta iraniana, limitada a ataques de mísseis contra Tel Aviv, revelou a incapacidade de Teerã de sustentar um conflito prolongado. A economia, já devastada por sanções que reduziram as exportações de petróleo em 70% desde 2018, enfrenta agora danos adicionais, com cortes de energia e deslocamentos populacionais em cidades como Isfahan. Pahlavi destacou que a unidade do povo iraniano, combinada com a desmoralização das forças de segurança, cria uma oportunidade única para a mudança.

Embora sua mensagem tenha ecoado entre a diáspora iraniana, com vídeos de suas falas alcançando milhões de visualizações, Pahlavi enfrenta desafios. A oposição interna permanece fragmentada, e muitos iranianos, especialmente os mais jovens, veem com ceticismo a figura de um ex-príncipe ligado à monarquia, cujo governo foi marcado por repressão e corrupção. A revolução de 1979, que derrubou seu pai após protestos contra a autocracia e a influência ocidental, deixou cicatrizes que dificultam a aceitação de Pahlavi como líder. Ainda assim, sua crítica ao regime ressoa com uma população exausta de décadas de isolamento, crise econômica e repressão.

A República Islâmica, sob Khamenei, enfrenta sua maior crise existencial desde sua fundação. A incapacidade de responder eficazmente aos ataques externos, aliada à erosão do apoio interno, expõe um regime que sobrevive mais pela força do que pela legitimidade. Pahlavi, ao convocar um levante, aposta na insatisfação popular para acelerar sua queda, prometendo um Irã livre do jugo teocrático e reintegrado à comunidade internacional.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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