Em 19 de maio de 2025, a vila de Pangkalan Kasai, no distrito de Seberida, na província de Riau, Indonésia, foi palco de uma tragédia que chocou a comunidade local e trouxe à tona as tensões religiosas no país. Khristopel, um menino cristão de 8 anos, conhecido como “KB” em relatos públicos, morreu em decorrência de ferimentos internos graves após ser brutalmente espancado por cinco colegas muçulmanos, com idades entre 11 e 13 anos, na escola onde estudava. O ataque, descrito por familiares e líderes cristãos como resultado de bullying religioso prolongado, ocorreu após os agressores ridicularizarem a fé de Khristopel, zombando de Jesus. A perda do menino, que sonhava em ser soldado para “proteger os necessitados”, conforme relatado pela Open Doors UK, reacendeu debates sobre a segurança de minorias religiosas na Indonésia e a necessidade de proteger crianças vulneráveis em ambientes escolares.
Khristopel, aluno da segunda série do ensino fundamental, era um dos poucos cristãos em sua escola, situada em uma região de maioria muçulmana. Segundo a International Christian Concern e a Worthy Christian News, o menino enfrentava provocações constantes por sua fé, com os agressores insultando-o por acreditar em Jesus, dizendo que “seu Deus parecia estranho”. No dia do ataque, a violência escalou após Khristopel reagir a uma ofensa, resultando em golpes na cabeça, ombros, costas e abdômen, incluindo um chute violento no estômago. Inicialmente, o menino tentou esconder o incidente, dizendo à família que suas roupas sujas eram resultado de uma queda, mas sua condição piorou rapidamente. Seu pai, Gimson Beni Butarbutar, relatou à Worthy Christian News que Khristopel “vomitava sangue” e não conseguia comer, com o abdômen gravemente inchado devido aos ferimentos internos.
A escola tentou mediar a situação, organizando uma reunião entre os pais de Khristopel e os agressores na sexta-feira seguinte, mas o estado de saúde do menino já era crítico. Ele faleceu uma semana após o ataque, em 26 de maio, conforme a Open Doors UK. A polícia de Riau, liderada pelo comissário Asep Darmawan, está investigando o caso, interrogando 20 testemunhas, incluindo professores e colegas, e realizou uma autópsia, cujos resultados confirmaram que a morte resultou de violência, segundo a Worthy Christian News. Até o momento, os cinco agressores, por serem menores, não foram formalmente presos, mas estão sob custódia para interrogatório, de acordo com a Reuters. A família de Khristopel, devastada, expressou sua dor, com a mãe lamentando à Open Doors UK que “nunca mais receberá o chá doce que ele preparava” e que, apesar de parecer forte, está “quebrada por dentro”.
A Indonésia, que garante liberdade religiosa em sua Constituição, tem enfrentado um aumento na perseguição a cristãos, especialmente em áreas rurais de maioria muçulmana, como Riau. Os cristãos, que representam cerca de 10,5% da população (29,4 milhões em 2023, segundo a Worthy Christian News), frequentemente enfrentam discriminação, violência e restrições, como o fechamento de igrejas em províncias como Aceh e Java Ocidental. O caso de Khristopel, que ecoa incidentes similares, como o assassinato de Sharoon Masih, um cristão de 17 anos no Paquistão em 2017, relatado pela Christian Post, destaca a vulnerabilidade de crianças cristãs em escolas de maioria muçulmana. Líderes cristãos, como os da International Christian Concern, pedem medidas urgentes para combater o bullying religioso e garantir a segurança das minorias, enquanto a comunidade local clama por justiça e proteção.
