O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, anunciou a realização de um grande ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, marcado para 29 de junho de 2025, com o tema “Justiça Já”. A manifestação, conforme divulgada pelo Poder360 e outros veículos, visa protestar contra o que Malafaia e aliados de Bolsonaro classificam como “injustiça e perseguição política” promovidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que investigam o ex-presidente por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A mobilização, que deve contar com a presença de Bolsonaro, reflete a estratégia do grupo de manter a pressão popular sobre o Judiciário, enquanto defende a anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, reforçando a narrativa de que as investigações são uma tentativa de enfraquecer a oposição.
Malafaia, que tem financiado e organizado eventos similares, como os de 25 de fevereiro e 6 de abril de 2024 na Paulista, criticou duramente o STF, chamando Moraes de “ditador de toga” e acusando a Corte de orquestrar uma “engenharia do mal” contra Bolsonaro, segundo a Folha de S.Paulo. Em vídeos e entrevistas, o pastor alega que as decisões judiciais, incluindo a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 e sua condição de réu por tentativa de golpe, são motivadas por vieses políticos, não por provas concretas. Ele cita casos como a prisão de manifestantes do 8 de janeiro, como a cabeleireira Débora dos Santos e a manicure Eliene de Jesus, para argumentar que o STF aplica penas desproporcionais a “cidadãos comuns”. Malafaia também questionou a legitimidade do inquérito, apontando que negociações entre o Congresso e o STF para liberar presos do 8 de janeiro, conforme revelado pela coluna de Mônica Bergamo na Folha, seriam uma admissão implícita de que a narrativa do golpe é uma “farsa”.
O ato de 29 de junho, que terá início às 14h em frente ao MASP, contará com trios elétricos e segurança reforçada, seguindo o padrão de eventos anteriores custeados por Malafaia, que já investiu cerca de R$ 100 mil em manifestações na Paulista, segundo a CNN Brasil. Parlamentares aliados, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP), e governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) devem participar, reforçando a mobilização que busca pressionar o Congresso a aprovar a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. A manifestação ocorre em um momento delicado, após revelações da Veja sobre mentiras do tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada, o que intensificou as críticas de Malafaia ao STF, que ele acusa de usar depoimentos frágeis para perseguir Bolsonaro.
A mobilização na Paulista é vista como uma demonstração de força política, especialmente após atos anteriores atraírem milhares de apoiadores, embora números variem: o evento de fevereiro de 2024 reuniu cerca de 185 mil pessoas, segundo a USP, enquanto o de abril foi estimado em 100 mil, conforme o Estadão. Malafaia aposta que a indignação com o STF, alimentada por casos como a suspensão da rede social X no Brasil e a prisão de manifestantes, manterá a adesão popular. Ele também defendeu Bolsonaro como o “maior perseguido político da história do Brasil”, ecoando sentimentos de apoiadores que veem nas ações judiciais uma tentativa de silenciar a direita conservadora. A organização do evento, que não utilizará dinheiro público, enfatiza a mobilização espontânea, embora Malafaia tenha destacado que a presença de lideranças evangélicas e políticas será crucial para amplificar a mensagem.
