Em uma reunião marcada por momentos de alta tensão no Salão Oval, em 21 de maio de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, confrontou o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com vídeos e artigos que ele alegou serem provas de um “genocídio” contra fazendeiros brancos no país africano. Durante o encontro, inicialmente planejado para discutir comércio e relações bilaterais, Trump exibiu imagens de cruzes brancas alinhadas ao longo de uma estrada, descrevendo-as como “memoriais para fazendeiros brancos assassinados”. As imagens, conforme esclarecido por fontes como Reuters e BBC, eram de um protesto de 2020 em KwaZulu-Natal, organizado após o assassinato de um casal de fazendeiros, e as cruzes eram simbólicas, não túmulos reais. O embate, que dominou a reunião, reflete preocupações com a segurança nas áreas rurais da África do Sul e as complexidades das relações raciais no país, questões que ecoam em comunidades que valorizam a proteção e a estabilidade.
A reunião começou com gestos de cortesia. Ramaphosa, acompanhado por uma delegação que incluía os golfistas Ernie Els e Retief Goosen e o bilionário Johann Rupert, presenteou Trump com um livro sobre campos de golfe sul-africanos, buscando amenizar as tensões geradas por decisões recentes de Washington. Em fevereiro de 2025, Trump autorizou o reassentamento de 59 sul-africanos brancos como refugiados, sob a alegação de perseguição racial, e suspendeu toda a ajuda americana à África do Sul, incluindo o programa PEPFAR de combate ao HIV/AIDS.
Trump intensificou o tom ao exibir um vídeo que incluía imagens das cruzes e trechos do político Julius Malema, líder do partido Economic Freedom Fighters (EFF), cantando “Kill the Boer” (Matar o Bôer), uma canção de protesto da era do apartheid. O presidente americano sugeriu que Malema deveria ser preso, afirmando: “Esse homem disse ‘matem os fazendeiros brancos’ e dançou.” Ramaphosa respondeu com firmeza, explicando que Malema não representa o governo e que a África do Sul é uma democracia que protege a liberdade de expressão, mesmo para o EFF, que obteve apenas 9% dos votos nas eleições de 2024.