A economia brasileira apresentou um crescimento moderado em fevereiro de 2025, consolidando dois meses consecutivos de avanço. Dados divulgados pelo Banco Central em 11 de abril mostram que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,4% em relação a janeiro, já ajustado para variações sazonais. O resultado, embora menor que a alta de 0,9% registrada no início do ano, sinaliza uma trajetória de recuperação em meio a desafios como inflação persistente e juros elevados, que moldam o cenário econômico do país.
O IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), reflete o desempenho de setores-chave como agropecuária, indústria e serviços, além da arrecadação de impostos. Em fevereiro, o destaque foi o setor agropecuário, que cresceu 5,6%, impulsionado por condições favoráveis no campo. Por outro lado, a indústria enfrentou uma retração de 0,8%, evidenciando as dificuldades impostas pelo encarecimento do crédito e pela desaceleração em algumas cadeias produtivas. O setor de serviços, que inclui atividades como comércio e transporte, manteve-se estável, contribuindo para o equilíbrio do índice.
Na comparação com fevereiro de 2024, o crescimento foi mais expressivo, alcançando 4,1%, sem ajuste sazonal. No acumulado dos últimos 12 meses, o IBC-Br registra uma expansão de 3,8%, reforçando que a economia mantém fôlego, apesar das pressões. Esses números são usados pelo Banco Central para calibrar a política monetária, especialmente a taxa Selic, que subiu para 14,25% ao ano após novo aumento em março, refletindo a preocupação com a inflação, que atingiu 1,31% em fevereiro, segundo o IBGE.
O desempenho de fevereiro ocorre em um contexto de expectativas cautelosas. Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, maior alta desde 2021, mas projeções do Boletim Focus apontam para uma expansão mais modesta em 2025, ao redor de 1,99%. Fatores como o aumento do dólar, incertezas globais e o impacto da política monetária restritiva desafiam a continuidade do crescimento. Ainda assim, a resiliência de setores como a agropecuária e o consumo das famílias, que subiu 4,8% no último ano, oferece alicerce para a estabilidade econômica.
A trajetória da economia brasileira reflete um equilíbrio delicado, com avanços graduais que dependem de ajustes precisos nas políticas públicas e da confiança do setor produtivo. O resultado de fevereiro sugere que o país segue em movimento, mas com atenção redobrada às variáveis que podem definir o ritmo dos próximos meses.