Os Estados Unidos intensificaram sua pressão contra o líder venezuelano Nicolás Maduro ao elevar, em 10 de janeiro de 2025, a recompensa por informações que levem à sua captura ou condenação para 25 milhões de dólares. O anúncio, feito pelo Departamento de Estado americano, coincidiu com a posse de Maduro para um terceiro mandato presidencial, em uma cerimônia amplamente criticada como ilegítima por diversos países e marcada por sua posse diante de uma Assembleia Nacional controlada pelo regime. A medida reflete a postura firme de Washington, que não reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela desde 2019 e o acusa de crimes graves, incluindo narcoterrorismo e tráfico de drogas.
A recompensa, que anteriormente era de 15 milhões de dólares desde 2020, foi ajustada para destacar a “gravidade dos crimes” atribuídos a Maduro e o “risco contínuo” que ele representa à estabilidade internacional, segundo um alto funcionário americano. O aumento veio acompanhado de novas sanções do Tesouro dos EUA contra oito autoridades venezuelanas, incluindo o presidente da estatal petrolífera PDVSA, Hector Andres Obregon Perez, e o ministro dos Transportes, Ramon Celestino Velásquez Araguayan, acusados de sustentar o governo repressivo de Maduro. Além disso, o Departamento de Estado ofereceu 15 milhões de dólares pela captura do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e elevou para 25 milhões a recompensa por Diosdado Cabello, considerado o número dois do regime.
Maduro enfrenta acusações nos EUA desde março de 2020, quando foi indiciado no Distrito Sul de Nova York por narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína e posse de armas, em um caso que o liga ao Cartel de los Soles, uma organização de tráfico composta por altos funcionários venezuelanos. As autoridades americanas alegam que ele coordenou o envio de toneladas de cocaína para os Estados Unidos em parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), classificada como grupo terrorista. A rejeição internacional ao seu governo se intensificou após a eleição de 28 de julho de 2024, considerada fraudulenta por diversos países, que reconhecem o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor com base em atas eleitorais públicas.
A decisão americana ocorre em um momento de isolamento crescente de Maduro, que mantém apoio de aliados como China, Rússia e Irã, mas enfrenta sanções coordenadas de países como Canadá, Reino Unido e União Europeia, que também penalizaram oficiais venezuelanos no mesmo dia. Para quem possui informações sobre Maduro, o Departamento de Estado orienta que contate a embaixada ou consulado americano mais próximo, se estiver fora dos EUA, ou o escritório local da Drug Enforcement Administration (DEA) dentro do país, garantindo confidencialidade aos informantes. A elevação da recompensa é vista como um sinal simbólico e prático de que os EUA buscam aumentar a pressão sobre o regime, embora analistas questionem sua eficácia direta em destituir Maduro, dado seu controle sobre as forças armadas venezuelanas.
O impacto da medida já se reflete nos mercados e na política internacional, com aliados de Maduro denunciando-a como parte de uma “guerra econômica” contra a Venezuela. Enquanto isso, o povo venezuelano, que enfrenta uma crise econômica e social há anos, observa a escalada desse confronto com uma mistura de esperança e ceticismo, à espera de mudanças que possam aliviar seu cotidiano.