Sławomir Mentzen, candidato à presidência da Polônia nas eleições previstas para maio de 2025, causou um intenso debate ao propor uma proibição completa da migração oriunda de países muçulmanos. A declaração, feita em 8 de abril de 2025, reflete a postura firme do político, conhecido por suas posições libertárias e conservadoras, que têm ganhado apoio entre eleitores de direita no país. Mentzen, representante do partido Konfederacja, justificou a medida como uma forma de proteger a identidade cultural e a segurança da Polônia, apontando para exemplos de desafios enfrentados por outras nações europeias que receberam grandes fluxos migratórios.
A proposta de Mentzen surge em um contexto de crescente preocupação na Europa com a migração e suas implicações sociais. Ele citou casos como o aumento de crimes em países como o Reino Unido, onde, segundo ele, gangues islamitas exploraram vulnerabilidades locais, e defendeu que a Polônia deve evitar um cenário semelhante. “A Polônia nunca permitirá a migração em massa. Queremos manter nossa nação segura e fiel às suas raízes”, afirmou o candidato em um pronunciamento amplamente divulgado. A ideia alinha-se à sua visão de um país soberano, resistente a políticas impostas por organismos internacionais como a União Europeia, da qual a Polônia é membro desde 2004.
A Polônia tem uma longa história de resistência à migração em larga escala, especialmente de países muçulmanos. Dados do Centro de Pesquisa Pew indicam que apenas 49% dos poloneses apoiavam o acolhimento de refugiados em 2017, uma das taxas mais baixas da Europa. O país, de maioria católica – com mais de 90% dos seus 37,9 milhões de habitantes professando a fé, segundo estimativas da Fundação Pontifícia ACN –, já rejeitou cotas de redistribuição de migrantes propostas pela UE, uma posição reiterada pelo atual governo de Donald Tusk em 2023. Mentzen, no entanto, vai além, propondo um bloqueio total, uma medida mais drástica que ecoa sentimentos nacionalistas crescentes.
O cenário político polonês está aquecido para as eleições de maio, e a proposta de Mentzen pode influenciar o debate nacional. Com sua popularidade entre eleitores jovens e libertários, ele também ganhou destaque ao prometer uma reserva estratégica de Bitcoin, inspirado por Donald Trump, mostrando uma combinação única de conservadorismo social e inovação econômica. Enquanto isso, o governo atual, liderado por Tusk, foca em deportar migrantes que violem leis locais, mas não endossa um banimento total. A discussão sobre migração, segurança e identidade cultural promete ser um dos eixos centrais da campanha, refletindo as tensões entre tradição e globalização que moldam o futuro da Polônia.
