Mato Grosso do Sul registrou um salto expressivo no combate ao tráfico de drogas no primeiro trimestre de 2025, com um aumento de 151% nas apreensões de entorpecentes em comparação ao mesmo período de 2024. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) em 9 de abril mostram que as forças de segurança estaduais retiraram de circulação 116,3 toneladas de drogas entre janeiro e março, contra 46,2 toneladas no ano anterior. A combinação de operações aéreas, tecnologia avançada e integração com forças de outros estados foi apontada como o diferencial para esse resultado, reforçando a posição do estado como uma barreira estratégica contra o crime organizado.
A maconha liderou o volume apreendido, com 114,7 toneladas, seguida pela cocaína, com 2,2 toneladas, e pela pasta base de cocaína, com 1,9 tonelada. O interior do estado concentrou a maior parte das interceptações, totalizando 105,8 toneladas – um crescimento de 164% em relação a 2024 –, enquanto a capital, Campo Grande, respondeu por 10,5 toneladas. O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, atribuiu o sucesso aos investimentos do governo estadual em equipamentos e estratégias. “O incremento de 70 novas viaturas em Campo Grande e o reforço do policiamento aéreo na região sul foram fundamentais. Este ano, levaremos essas operações às regiões leste e norte, mirando o tráfico e outros crimes”, declarou.
O uso de inteligência policial foi destacado como um pilar essencial. A colaboração com forças de segurança de estados vizinhos, como São Paulo e Paraná, e a análise das rotas do tráfico internacional permitiram identificar mudanças nos padrões dos criminosos, como o cultivo contínuo de maconha no Paraguai e na Bolívia. O diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), tenente-coronel Wilmar Fernandes, enfatizou a eficácia dessa abordagem. “A troca de informações e o uso de tecnologia de ponta nos deram a capacidade de agir com precisão, especialmente na fronteira”, afirmou, referindo-se à faixa que separa Mato Grosso do Sul de países produtores de drogas.
O reforço aéreo também desempenhou um papel crucial. Helicópteros e aeronaves foram empregados em operações como a Protetor da Fronteira, do Ministério da Justiça, que ampliou o efetivo policial e intensificou a vigilância nas rodovias e estradas vicinais. O comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária, major Vinicius de Souza Almeida, apontou o impacto das equipes Tático Ostensivo Rodoviário (TOR). “O fortalecimento dessas unidades, aliado à inteligência, tem sido decisivo para tirar toneladas de drogas de circulação”, disse. Um exemplo foi a apreensão de 33,3 toneladas de maconha em Maracaju, em 2024, uma das maiores da história do estado.
Além do combate direto ao tráfico, as operações tiveram um efeito cascata na redução de crimes patrimoniais, frequentemente associados ao narcotráfico. O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), Hoffman D’Ávila, destacou a integração com a Rede Nacional de Combate ao Narcotráfico (Renarc). “Essas ações não só interrompem o fluxo de drogas, mas também trazem mais segurança às comunidades. O investimento em inteligência e equipamentos pelo governo estadual foi essencial para esse salto”, afirmou. Com 1,1 milhão de seringas e agulhas distribuídas para a campanha contra a influenza, o estado mostra que a logística bem estruturada também beneficia a segurança pública.
Mato Grosso do Sul, por sua localização na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, segue como uma rota crítica do tráfico internacional, mas os números de 2025 indicam que as autoridades estão ganhando terreno. A expansão das operações para outras regiões do estado e o foco contínuo em tecnologia e parcerias prometem manter a pressão sobre o crime organizado, oferecendo à população um modelo de segurança que valoriza a prevenção e a resposta firme às ameaças.
