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Pete Hegseth Confronta China sobre o Canal do Panamá em Visita Oficial

Durante uma visita ao Panamá em 8 de abril de 2025, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, fez uma declaração contundente sobre a influência chinesa no Canal do Panamá. Em um discurso proferido na Base Naval Vasco Nuñez de Balboa, em Panama City, durante a inauguração de um cais financiado pelos EUA, Hegseth afirmou: “A China não construiu esse canal. A China não opera esse canal e a China não vai usar esse canal como arma. Juntos, vamos tirar o canal da influência chinesa.” A fala reflete a postura agressiva da administração de Donald Trump em relação à presença chinesa na região, em meio a tensões crescentes sobre o controle estratégico do canal.

A visita de Hegseth, a primeira de um Secretário de Defesa americano ao Panamá em mais de duas décadas, ocorre em um momento delicado. Trump tem reiterado que os EUA foram lesados ao entregar o canal ao Panamá em 1999, conforme o Tratado Torrijos-Carter, e acusado a China de exercer influência indevida sobre suas operações – uma alegação que o presidente panamenho, José Raúl Mulino, nega veementemente. Hegseth reforçou a parceria com o Panamá, destacando que “os Estados Unidos e o Panamá fizeram mais nas últimas semanas para fortalecer nossa cooperação em defesa e segurança do que em décadas”, visando garantir que o canal permaneça “seguro e disponível para todas as nações”.

A China respondeu rapidamente às declarações. A embaixada chinesa no Panamá emitiu um comunicado no X, acusando os EUA de “chantagem” para promover seus interesses geopolíticos e defendendo que as relações comerciais do Panamá são uma “decisão soberana” na qual os EUA não têm direito de interferir. Pequim questionou: “Quem representa a verdadeira ameaça ao canal? As pessoas farão seu próprio julgamento.” O embate verbal destaca a disputa por influência em uma das rotas comerciais mais cruciais do mundo, por onde passam mais de 40% do tráfego de contêineres dos EUA, avaliado em cerca de US$ 270 bilhões anuais.

A retórica de Hegseth também coincide com mudanças recentes na dinâmica do canal. Em março, a empresa CK Hutchison, baseada em Hong Kong, anunciou a venda de sua participação majoritária nos portos de Balboa e Cristóbal – localizados nas extremidades do canal – para um consórcio que inclui a americana BlackRock Inc., uma transação de US$ 22,8 bilhões saudada por Trump como parte da “reconquista” do canal. Apesar disso, Mulino insiste que o Panamá mantém total soberania sobre o canal e rejeita qualquer narrativa de controle externo, seja chinês ou americano. A visita de Hegseth, que incluiu reuniões com Mulino e um sobrevoo do canal, buscou equilibrar a pressão americana com garantias de respeito à liderança panamenha, mas as tensões permanecem palpáveis.

Gustavo De Oliveira

Escritor

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