Folha Do MS

Mais de 50 Países Buscam Negociar Acordos Comerciais com Trump Após Tarifas

Após o anúncio das tarifas recíprocas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril de 2025, mais de 50 países iniciaram contatos com a Casa Branca para negociar acordos comerciais bilaterais. A medida, apelidada de “Dia da Libertação”, impôs uma taxa base de 10% sobre importações de mais de 180 nações, com sobretaxas que variam até 50%, desencadeando uma corrida global para mitigar os impactos econômicos. Autoridades americanas, como o Secretário do Tesouro Scott Bessent e o conselheiro econômico Kevin Hassett, confirmaram no domingo, 6 de abril, que a resposta internacional foi imediata, com nações buscando alternativas às sobretaxas que começaram a vigorar em 5 de abril.

Entre os países que já sinalizaram interesse estão aliados como Vietnã, Índia, Israel e Itália. O líder vietnamita To Lam, em uma ligação com Trump em 4 de abril, propôs zerar tarifas sobre produtos americanos em troca de um acordo, enquanto a Índia, enfrentando uma tarifa total de 27%, negocia reduzir barreiras sobre US$ 23 bilhões em importações dos EUA. A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, apesar de criticar as tarifas de 20% sobre a União Europeia, anunciou uma visita a Washington em 17 de abril para buscar um entendimento. Israel, com uma tarifa de 17%, também enviou o premiê Benjamin Netanyahu aos EUA para discutir alívios comerciais, destacando a urgência de proteger suas exportações.

A estratégia de Trump, que visa corrigir um déficit comercial americano de US$ 918 bilhões em 2024, parece estar surtindo efeito inicial ao forçar parceiros comerciais à mesa de negociação. O Secretário de Comércio Howard Lutnick afirmou que as tarifas “resetarão o comércio global”, enquanto a porta-voz Karoline Leavitt revelou que Trump instruiu sua equipe a criar “acordos sob medida” para cada país que se aproximar. A Casa Branca informou que quase 70 nações já fizeram contato até 8 de abril, embora nem todas tenham confirmado publicamente. Argentina, Canadá e Taiwan também estão entre os que buscam conversas, com o Canadá adiando negociações até após suas eleições em 28 de abril.

A movimentação reflete uma mudança no tabuleiro econômico global. Enquanto a China respondeu com tarifas de 34% e rejeitou pressões, outros países optam por evitar uma guerra comercial. A Índia, por exemplo, vê uma chance de substituir concorrentes como Vietnã (46%) em setores como têxtil, segundo analistas do Global Trade Research Initiative. No entanto, a incerteza persiste: as bolsas mundiais registraram quedas expressivas, como os 4,85% do S&P 500 em 3 de abril, e economistas alertam que retaliações em massa podem reduzir o PIB global em até 2%, conforme estimativas do FMI. Por ora, a abordagem de Trump força o mundo a se adaptar a uma nova realidade comercial, com resultados que ainda estão por se definir.

Gustavo De Oliveira

Escritor

Edit Template
Você foi inscrito com sucesso! Ops! Algo deu errado, tente novamente.

Links Rápidos

Termos e Condições

Política de Privacidade

Postagens Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia

Contate-Nos

© 2024 Folha Do MS. Todos os direitos reservados.