Um levantamento detalhado realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul, divulgado em 28 de março de 2025, revelou um aumento preocupante nos casos de dengue e chikungunya em áreas rurais do estado. O estudo, conduzido com o objetivo de orientar as equipes de saúde municipais, identificou focos de transmissão em 34 municípios, destacando a necessidade de ações específicas para conter a disseminação dessas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O cenário rural, com vastas extensões territoriais e desafios logísticos, exige estratégias adaptadas para proteger a população local.
Os dados mostram que Miranda lidera o ranking de casos confirmados de dengue em áreas rurais, com 53 registros, seguida por Aquidauana (19), Sete Quedas (11), Chapadão do Sul (8) e Aparecida do Taboado (8). Outros municípios, como Paraíso das Águas (7), Ribas do Rio Pardo (6) e Paranaíba (5), também aparecem na lista, totalizando casos em fazendas, sítios, assentamentos e aldeias indígenas. Já a chikungunya tem maior incidência rural em Maracaju, com 19 casos confirmados, seguido por Tacuru (8), Dois Irmãos do Buriti (7), Bonito (6) e Pedro Gomes (5). Um óbito por chikungunya foi registrado na zona rural de Dois Irmãos do Buriti, reforçando a gravidade da situação.
Jéssica Klener, gerente de Doenças Endêmicas da SES, explicou que o mapeamento busca oferecer um diagnóstico preciso para que os municípios possam agir de forma eficaz. “A identificação dos focos é essencial para direcionar esforços e recursos, especialmente em áreas rurais onde o controle do mosquito é mais complexo devido à distância e às condições do ambiente”, afirmou. O levantamento do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontou a presença de dengue em 19 assentamentos, 17 aldeias e 130 fazendas e sítios, enquanto a chikungunya também se espalha por zonas afastadas, desafiando as autoridades de saúde.
A secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, ressaltou a importância da colaboração comunitária no combate ao Aedes aegypti. “As equipes de saúde precisam de apoio da população para eliminar criadouros, como água parada em recipientes ou lixo acumulado, que são comuns em áreas rurais. Sem essa parceria, o controle se torna inviável”, alertou. O aumento da incidência em regiões indígenas, como em Miranda e Aquidauana, também acende um sinal de alerta, exigindo atenção especial às condições de vida e acesso à saúde dessas comunidades.
O período chuvoso, aliado às altas temperaturas, cria um ambiente favorável à proliferação do mosquito, o que explica o avanço das arboviroses neste início de 2025. Enquanto a dengue é conhecida por sintomas como febre alta e dores musculares, a chikungunya se destaca pelas intensas dores articulares, que podem persistir por meses. Ambas demandam prevenção rigorosa e, em caso de suspeita, atendimento médico imediato para evitar complicações. O mapeamento da SES serve como um chamado à ação, evidenciando que o combate a essas doenças deve ir além das cidades, alcançando os rincões do estado com medidas práticas e consistentes.