O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou as tensões com o Irã ao emitir um ultimato contundente em 20 de março de 2025, conforme reportado pela Newsweek. Em uma carta enviada ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, Trump deu um prazo de dois meses para que o Irã chegue a um novo acordo nuclear, ameaçando consequências severas caso a exigência não seja atendida. “Se não fizerem acordo, haverá bombardeio, e será um bombardeio como nunca viram antes”, declarou o presidente em entrevista à NBC News, em 31 de março, reforçando sua postura de linha dura contra o programa nuclear iraniano.
A carta, entregue por meio do ministro de Estado para Assuntos Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, propõe negociações para um novo pacto, mas exclui explicitamente conversas sem prazo definido, sinalizando a urgência imposta por Washington. Trump confirmou a existência da carta e reiterou que o Irã tem duas opções claras: negociar ou enfrentar ações militares. “Teerã não pode desenvolver armas nucleares, e os Estados Unidos tomarão medidas decisivas se necessário”, afirmou, ecoando a política de “pressão máxima” que marcou sua primeira gestão, quando retirou os EUA do acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), em 2018.
O Irã, por sua vez, tem rechaçado as ameaças americanas. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, respondeu em 31 de março, via comunicado enviado pelo sultanato de Omã, que Teerã não aceitará negociações diretas com os EUA sob pressão militar ou sanções. “O Irã sempre esteve aberto a negociações indiretas, e o Líder Supremo enfatizou que esse caminho pode continuar”, declarou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, referindo-se ao aiatolá Khamenei. O governo iraniano insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos, uma posição que mantém há décadas, apesar das acusações ocidentais de que busca desenvolver armas nucleares por meio do enriquecimento de urânio a níveis elevados.
A escalada retórica ocorre em um momento delicado para as relações entre os dois países. Trump, que em seu primeiro mandato impôs sanções severas ao Irã, ameaçou também impor tarifas secundárias – que afetam compradores de bens iranianos, como petróleo – caso o Irã não ceda às exigências. O Departamento de Estado dos EUA reforçou a posição do presidente, afirmando que “os EUA não podem permitir que o Irã adquira uma arma nuclear” e que, se o regime iraniano rejeitar um acordo, Trump “buscará outras opções, que serão muito ruins para o Irã”. A ameaça de bombardeio, embora não detalhada, remete a operações militares americanas passadas na região, como os ataques aéreos no Iraque e na Síria, e levanta temores de um conflito mais amplo no Oriente Médio.
A comunidade internacional acompanha o desenrolar da situação com preocupação. Especialistas em política externa, como Daniel Byman, da Universidade de Georgetown, alertam que a retórica beligerante pode dificultar negociações e aumentar o risco de escalada militar, especialmente em um contexto de instabilidade regional, com conflitos em Gaza e no Líbano. Enquanto isso, o Irã, que enfrenta sanções econômicas severas desde 2018, busca manter sua posição soberana, mas também sinaliza abertura para diálogos indiretos, uma prática comum em negociações anteriores mediadas por países como Omã e Qatar.