Assine Agora

Edit Template

Folha Do MS

Mulher é Detida Após Incêndio que Deixou 3 Mortos em Dourados; Polícia Investiga Crime

Uma mulher de 29 anos, cuja identidade não foi revelada, foi detida pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira, 31 de março de 2025, suspeita de envolvimento em um incêndio que matou três pessoas em uma área de retomada, ao lado da Aldeia Bororó, em Dourados. As vítimas, identificadas como Liria Isnarde Batista, de 76 anos, sua filha Janaina Benitez Amarilha, de 37 anos, e a neta de Janaina, uma criança de 1 ano, morreram carbonizadas após o barraco em que viviam ser consumido pelas chamas. A tragédia, que chocou a comunidade, é investigada como possível incêndio criminoso, e a polícia ainda procura outros dois suspeitos.

O incêndio ocorreu por volta das 2h da madrugada de domingo, e o barraco, construído com madeira e lona, foi rapidamente destruído pelo fogo. Vizinhos relataram à polícia que ouviram gritos, mas não conseguiram intervir devido à intensidade das chamas. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas, ao chegar, encontrou apenas os escombros. Os corpos das vítimas foram localizados entre as cinzas, com Liria encontrada no quintal e Janaina e sua filha no interior da estrutura. A perícia preliminar apontou indícios de que o fogo pode ter sido acelerado por um agente inflamável, como álcool ou gasolina, o que reforça a suspeita de crime.

A mulher detida, que é de etnia indígena e morava na mesma área de retomada, foi encontrada com queimaduras no braço e arranhões pelo corpo, além de estar embriagada, o que dificultou seu depoimento inicial. Testemunhas afirmaram que ela teve uma discussão com Janaina horas antes do incêndio, o que levantou a hipótese de um ato motivado por vingança. O delegado responsável pelo caso, Erasmo Cubas, confirmou que a investigação está em andamento e que outros dois suspeitos, que teriam sido vistos na região na noite do crime, estão sendo procurados. “Estamos apurando todas as circunstâncias. A suspeita não forneceu informações claras, mas os indícios apontam para um incêndio intencional”, declarou.

A área de retomada é habitada majoritariamente por famílias Guarani e Kaiowá, que vivem em condições precárias, com moradias improvisadas e acesso limitado a serviços básicos. Lideranças indígenas cobraram justiça e mais apoio do poder público para evitar novas tragédias. “É uma perda irreparável para nossa comunidade. Precisamos de segurança e moradia digna para que isso não aconteça de novo”, afirmou o cacique Valdomiro Benitez, tio de Janaina. A Funai estima que cerca de 18 mil indígenas vivam em Dourados, muitos em áreas de conflito fundiário, o que agrava a vulnerabilidade dessas populações.

O caso expõe os desafios enfrentados pelas comunidades indígenas urbanas em Dourados, onde a falta de infraestrutura e a violência são problemas recorrentes. Em 2024, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul registrou 12 mortes em áreas indígenas da cidade, muitas ligadas a conflitos ou episódios de violência. A investigação do incêndio segue em curso, com a expectativa de que o laudo pericial, a ser concluído em até 30 dias, traga mais clareza sobre as causas do fogo e a responsabilidade dos envolvidos.

Gustavo De Oliveira

Escritor

Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
Edit Template
Você foi inscrito com sucesso! Ops! Algo deu errado, tente novamente.

Links Rápidos

Termos e Condições

Política de Privacidade

Postagens Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia

Contate-Nos

© 2024 Folha Do MS. Todos os direitos reservados.