Folha Do MS

Trump Cancela Proteções Migratórias de Meio Milhão de Latinos nos EUA

O governo do presidente Donald Trump anunciou a revogação de proteções migratórias que permitiram a entrada de mais de 500 mil pessoas de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela nos Estados Unidos durante a administração de Joe Biden. A medida, publicada no Registro Federal em 25 de março de 2025, encerra o programa conhecido como CHNV (sigla para Cubanos, Haitianos, Nicaraguenses e Venezuelanos), que concedia um “parole” humanitário de dois anos a esses imigrantes desde outubro de 2022. Com o fim da política, que entra em vigor em 24 de abril, os beneficiários terão de deixar o país ou enfrentar a deportação, a menos que possuam outro status legal.

O programa, lançado por Biden em 2022 para venezuelanos e ampliado em 2023 para incluir os outros três países, permitiu que até 30 mil pessoas por mês entrassem legalmente nos EUA, desde que tivessem patrocinadores americanos. Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), cerca de 532 mil indivíduos chegaram ao país sob essa iniciativa, obtendo autorizações de trabalho e proteção temporária contra a deportação. A estratégia visava reduzir a pressão na fronteira com o México, oferecendo uma alternativa legal à imigração irregular, mas foi interrompida por Trump logo após sua posse em janeiro de 2025.

A decisão reflete a promessa de campanha de Trump de intensificar o controle migratório e eliminar o que ele classifica como “abusos” das políticas de Biden. Em um comunicado, o DHS, liderado pela secretária Kristi Noem, afirmou que o programa não trouxe benefícios públicos significativos e sobrecarregou recursos locais, como habitação e serviços sociais. Dados do governo mostram que mais de 213 mil haitianos, 120 mil venezuelanos, 110 mil cubanos e 93 mil nicaraguenses entraram pelo CHNV, com 75% deles desembarcando em aeroportos da Flórida, o que gerou críticas sobre a pressão em comunidades locais.

A revogação tem gerado reações diversas. Grupos de defesa dos imigrantes, como o Justice Action Center, condenaram a medida como “cruel e contraproducente”, alertando para o caos que pode atingir famílias e comunidades. Por outro lado, aliados de Trump, como o senador Marco Rubio, defendem que o programa era uma brecha legal que incentivava a imigração em massa sem um plano claro para o futuro dos beneficiários. Enquanto isso, países como Venezuela e Nicarágua, que historicamente dificultam deportações, podem complicar a execução da ordem, embora acordos recentes com Caracas tenham retomado voos de repatriação.

Gustavo De Oliveira

Escritor

Edit Template
Você foi inscrito com sucesso! Ops! Algo deu errado, tente novamente.

Links Rápidos

Termos e Condições

Política de Privacidade

Postagens Recentes

  • All Posts
  • Ciência
  • Crime e Justiça
  • Economia
  • Educação
  • Entretenimento
  • Esportes
  • Mato Grosso Do Sul
  • Meio Ambiente
  • Mundo
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia

Contate-Nos

© 2024 Folha Do MS. Todos os direitos reservados.